Para cima – O que a presidente Dilma Rousseff mais temia é inevitável e acontecerá nos próximos meses. O aumento da tarifa de ônibus acontecerá ainda no primeiro semestre, pois o orçamento aprovado em 2012 não trouxe majoração da verba destinada ao subsídio municipal ao transporte público, que é usado para que as empresas do setor equilibrem as contas. Pelo menos essa é a justificativa para o dinheiro que acaba nos cofres das empresas de ônibus.
O aumento das passagens de ônibus na maior cidade brasileira impacta no cálculo da inflação, o que explica a preocupação de Dilma Rousseff, uma vez que a economia não tem reagido aos muitos estímulos do governo.
Enquanto a presidente se preocupa com a disparada da inflação, os brasileiros enfrentam no dia a dia a dura realidade de uma economia que não consegue descolar da crise. Os preços dos alimentos subiram de forma assustadora, obrigando muitas famílias a mudaram seus hábitos alimentares. Há muito que o cidadão vai ao supermercado com a mesma quantia em dinheiro e leva para casa cada vez menos produtos ou, então, substitui-os por de qualidade inferior.
Parte do reajuste do salário mínimo, que no total foi de R$ 56, corresponde à recomposição de compra do dinheiro pelos índices oficiais. O valor que corresponde ao aumento de fato é R$ 20,98, o que, como já noticiamos inúmeras vezes, permite ao trabalhador comprar um pãozinho a mais por dia. A inflação real é muito maior do que a anunciada e tem levado muitos cidadãos à inadimplência em casos corriqueiros, como o atraso no pagamento de contas de água, luz e telefone.
No momento em que a tarifa de ônibus subir em São Paulo e a Petrobras aumentar o preço da gasolina, o Brasil que se prepare, pois não há como não repassar esses custos aos produtos e serviços. Se a situação já está difícil, o cenário que aponta no horizonte é no mínimo cinzento.