Operação arriscada – Ministra-chefe da Casa Civil e classificada como incompetente pelo então ministro Nelson Jobim, da Defesa, a petista Gleisi Hoffmann sonhou em ser a Dilma da Dilma. Ou seja, colocou como meta, mesmo que absurda, disputar a Presidência da República em 2018. Puro sonho de verão, que aconteceu no inverno passado.
Ainda sem explicar ao povo brasileiro o seu envolvimento em diversos escândalos de corrupção e escapando da imprensa como o diabo foge da cruz, Luiz Inácio da Silva voltou a dar ordens nos bastidores depois de um estratégico sumiço. E a retomada do projeto de poder do PT é a ordem do dia.
Tanto é assim, que lula já manda na prefeitura de São Paulo, assumirá em breve a coordenação política do governo de Dilma Rousseff e, com o endosso da presidente, lançará Gleisi Hoffmann como candidata ao governo do Paraná, uma estratégia para tentar despejar o tucano Beto Richa do Palácio Iguaçu.
Esse balão de ensaio petista encontra guarida no fato de Gustavo Fruet, ex-tucano que hoje está no PDT, ter chegado à prefeitura de Curitiba com o apoio petista, em especial do casal 20 do Estado, Paulo Bernardo e Gleisi. Acontece que o triunfo de Fruet nas urnas é resultado do esforço do próprio candidato, que na reta final, em terceiro lugar nas pesquisas, arregaçou as mangas, se desgarrou do PT e usou a própria história para vencer a eleição.
Para quem sonha em chegar ao governo do Paraná, Gleisi Hoffmann continua insossa como ministra, em uma pasta que tem tudo para dar visibilidade política ao seu ocupante. Gleisi sonhou alto e pode amargar um pesadelo mais adiante. Se o seu sonho de consumo é o Palácio Iguaçu, sede do Executivo paranaense, deveria ter permanecido no Senado Federal, onde mesmo sem nada fazer apareceria muito mais.
Dilma Rousseff levará Gleisi a tiracolo nas próximas viagens, mas a estratégia pode não funcionar. Seria como fazer de Cesare Battisti um pastor pentecostal ou colocar Myke Tyson como gerente de uma loja de cristais finos. Mas tudo pode acontecer, pois o mundo nos traz surpresas e o suado dinheiro do contribuinte financiará mais uma incursão política do PT.
