Palavrório vencido – Na última sexta-feira (25), dia em que se comemorou o 459º aniversário da cidade de São Paulo, a Secretaria de Segurança Pública paulista divulgou os resultados de uma pesquisa que aponta para um crescimento de 35% dos homicídios cometidos na capital, em 2012. Foram registradas 1.368 mortes no ano passado, contra 1.019 em 2011.
Os dados sobre a criminalidade revelaram também crescimento de 15% no número de homicídios cometidos em todo o Estado. Em 2012 foram registrados 4.833 caso, contra 4.194 crimes no ano anterior.
Como sempre, o governador Geraldo Alckmin apareceu em cena com um discurso de quem tenta, sem sucesso algum, se justificar, explicando que os números, apesar dos resultados, são os menores do País. Os paulistanos não querem saber de estatísticas que versam sobre segurança pública, uma vez que a cobrança de impostos é mais certeira e destruidora do que as munições utilizadas pelos bandidos.
Se o problema da insegurança em São Paulo foge da esfera estadual, como sabem muitos dos que trabalham no setor, que Alckmin aponte o indicador a quem de direito, deixando de se esquivar no vácuo de discursos visguentos e que não convencem. À família que perde um parente por causa da violência urbana pouco importa que os índices de criminalidade do estado são os menores do Brasil. Esse tipo de informação não funciona como anestésico da dor e muito menos explica a inoperância oficial.
Geraldo Alckmin está cheio de dengos com a presidente Dilma Rousseff, cujo governo deveria controlar com mais eficácia e rigor as fronteiras brasileiras, território quase livre para os traficantes de drogas e os contrabandistas de armas de grosso calibre e muitas vezes de uso exclusivo das Forças Armadas. Que o governo paulista transfira a responsabilidade ou, então, reconheça que está perdendo a guerra para o crime organizado. É mais digno admitir a derrota do que continuar fingindo que é possível vencer.