Rasgando o discurso – Quando teve a vitória confirmada na eleição presidencial de 2010, Dilma Rousseff foi célere ao afirmar que em seu governo seria implacável com a corrupção e a impunidade. Incensada como candidata por Luiz Inácio da Silva, o fujão que protagonizou o período mais corrupto da história nacional, só mesmo os incautos acreditaram nas palavras da “gerentona” que tem levado o País ao descompasso econômico.
Dilma não apenas deixou de cumprir a promessa que fez aos brasileiros, como atendeu e ainda atende às ordens do antecessor. Foi a pedido de Lula que a presidente deixou no cargo em que estava a namorada do petista, Rosemary Noronha, a Marquesa de Garanhuns (o genial apelido foi inventado pela socióloga Maria Lucia Victor Barbosa). Rosemary só foi defenestrada da chefia de gabinete do escritório paulistano da Presidência depois que a Polícia Federal, durante a Operação Proto Seguro, flagrou-a como integrante da quadrilha dos pareceres.
Mas não foi apenas esse pedido de Lula que Dilma atendeu. A presidente manteve em postos importantes do governo pessoas da confiança do antecessor, que ainda dão a ele o controle sobre o governo federal, fazendo de Dilma uma mera marionete de luxo, que nem de longe exala o estilo linha dura que tenta vender ao povo.
Há dias, o petista José Dirceu, condenado à prisão pelo STF no processo do Mensalão do PT, disse que o falso moralismo não impediria a vitória de Renan Calheiros na disputa pela presidência do Senado. Não há como deixar de reconhecer que é falso moralismo José Dirceu é doutor honoris causa. Afinal, em tempos de oposição, ele disse que a cassação de um mandato parlamentar exigia apenas evidências, não provas, mas rejeita sua condenação embasada em provas. Mas assim funciona a consciência de políticos do naipe de José Dirceu: “farinha pouca, meu pirão primeiro”.
Pois bem, deixando o camarada Daniel de lado e voltando ao assunto, tão logo chegou a Brasília, na última sexta-feira (1), Dilma Rousseff telefonou a Renan Calheiros para cumprimentá-lo pela vitória, como se não soubesse da armação que foi cuidadosamente costurada no Palácio do Planalto, em seu próprio gabinete.
Dilma Rousseff é teatral como qualquer outro político. Durante a ditadura militar, se opôs aos donos do poder de então e matou sem dó e lágrimas ou participou indiretamente de matanças promovidas por companheiros de armas (Aqui no ucho.info não se defende a plúmbea era, como também não encontra guarida a Lei de Talião, a do olho por olho, dente por dente). Diante das enlutadas famílias de Santa Maria, a presidente consegui chorar, se é que as lágrimas não eram de encomenda.
Dilma prometeu combater a corrupção e a impunidade, mas arrumou tempo para, com um telefone pago com o suado dinheiro do contribuinte, adular Renan Calheiros, que para justificar os gastos com a profanação usou notas frias de venda fictícia de vacas sagradas, que pastavam em terras que ele jamais declarou à Receita Federal ou à Justiça Eleitoral.
Resumindo para o idioma popular dessa barafunda chamada Brasil, a política cada vez mais se consagra como a arte da incoerência.