Tempo nublado – A percepção do consumidor brasileiro sobre o mercado de trabalho piorou no início de 2013, em relação ao final do ano passado. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) subiu 2,7% entre dezembro de 2012 e janeiro deste ano.
Quanto maior o ICD, mais negativa é a percepção do consumidor em relação ao mercado de trabalho. A percepção do brasileiro vinha em compasso de melhora desde setembro de 2012, com quedas seguidas do ICD, que somadas alcançaram redução de 5,1%.
A alta sinaliza que pode haver um aumento da taxa de desemprego medida pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) neste início de ano, depois de fechar 2012 com as menores taxas da série histórica, iniciada em 2002, de 4,6% em dezembro e de 5,5% no ano de 2012. A PME de janeiro só será divulgada pelo IBGE no próximo dia 26.
No caso de a expectativa do consumidor em relação ao mercado de trabalho se confirmar, ocorrendo o aumento do desemprego, a situação econômica do País, que não é confortável, deve piorar sobremaneira. E a razão é simples. O governo continua apostando no consumo interno como forma de reverter a crise. Com o eventual crescimento do desemprego, o dinheiro some e o consumidor desaparece. Esse movimento pode ter um efeito cascata e contaminar a economia além do previsto.
Com desemprego o consumo cai, a arrecadação tributária decresce e os investimentos do governo diminuem. Com isso, a engrenagem da economia começa a travar. O PT insiste em enfrentar a crise econômica com medidas pontuais inócuas, adotadas sempre com muito atraso. No melhor estilo cadeado na porta depois do arrombamento.
Essa equação, além de não fechar, é perigosamente explosiva. Mas a ordem de Dilma Rousseff é manter o sangue frio, como se isso fosse possível diante dos preços dos produtos nos supermercados. Quando o cidadão começa a mudar o hábito de consumo no quesito alimentação, é porque a situação é mais grave do que parece.