Escândalo de corrupção envolvendo militares pode alcançar família de ministro ligado a Dilma Rousseff

Tudo tem limites – O Brasil do PT é um país de antagonismos, principalmente quando o assunto é corrupção. A presidente Dilma Rousseff, em um momento de despertar da retidão na administração pública, exigiu a imediata punição dos oficiais militares acusados de envolvimento em um esquema de corrupção, que cobrava de fornecedores comissões de 5%. O Exército já apura as denúncias, mas a pressão palaciana é grande.

Diferentemente do que ora cobra do Exército, celeridade nas punições, Dilma limitou-se a demitir a namorada do ex-presidente Lula, Rosemary Noronha, que até a Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, ocupava a chefia de gabinete do escritório paulistano da Presidência, de onde disparava ordens aos seus comparsas que atuavam na quadrilha dos pareceres. Dilma não pode ter duas posturas diante de casos de corrupção. Ou trata os transgressores com isonomia, ou deixa a transgressão acontecer livremente, como já conhecido nos escaninhos do PT. Permitir Rosemary Noronha saia impune apenas por causa do seu relacionamento mais íntimo com o ex-metalúrgico é avisa ao mundo que o Brasil vive sob a ditadura da corrupção.

Esse escândalo envolvendo oficiais militares já era conhecido, mas só veio à tona nesse momento para funcionar como cortina de fumaça para a incompetência de um governo que perdeu o controle da economia e levou a Petrobras ao derretimento de seu valor patrimonial. Como os palacianos precisavam de um factóide novo para que Dilma retorne do Carnaval sem a artilharia da imprensa, a caserna foi lançada aos leões. O que não significa que o crime não deve ser investigado e os culpados, punidos.

Em junho de 2012, a presidente Dilma Rousseff lançou mais um PAC, o dos Equipamentos, cujo objetivo é modernizar e reaparelhar o Estado, incluindo nessa operação, orçada em R$ 8,4 bilhões, vários ministérios, inclusive o da Defesa, que atenderia as Forças Armadas, sempre queixosas por causa do sucateamento do setor.

A investigação na qual Dilma cobra celeridade chegará até determinado ponto, pois não se pode flagrar nenhum petista envolvido nesse escândalo, pois a única coisa que o PT necessita atualmente é uma nova confusão, até porque Lula continua fugindo das explicações acerca dos escândalos que patrocinou ou participou, mesmo que indiretamente.

Se os comandantes militares – que nos últimos anos têm sido testados pelo Palácio do Planalto, agora ainda mais com Celso Amorim no Ministério da Defesa – forem a fundo nas investigações, chegaram a um ponto em que será fácil encurralar o PT e os donos do poder. Em uma das pontas desse escândalo de corrupção tem gente graúda e intimamente ligada ao Partido dos Trabalhadores. Qualquer pequena dose de ousadia no levantamento dos fatos alcançará com extrema velocidade a família de um ministro, o qual goza da confiança da presidente Dilma Rousseff. Tanto é assim, que um parente desse ministro tem dito, em círculos mais reservados, que um integrante do clã está ganhando muito dinheiro com o negócio ilegal.

Aguardemos para ver até quando o Palácio do Planalto usará o caso em questão para ofuscar a incompetência de um governo que se especializou em letargia econômica e corrupção desmedida.