Mudança radical – Em 2005, o ucho.info alertou o governo do PT para o processo de desindustrialização que começava a avançar no Brasil. Ocupados com as reticências do Mensalão do PT e a necessidade premente de tirar o então presidente Lula do centro do escândalo, os palacianos sequer deram atenção ao assunto.
A desindustrialização avançou, a concorrência dos produtos estrangeiros foi e continua sendo predatória, enquanto a indústria nacional sofre as consequências da inoperância de um governo que se recusa a enxergar o óbvio e promover as reformas estruturais e definitivas que o País tanto clama. E não será a redução da tarifa de energia elétrica e a desoneração para alguns setores que salvarão o setor, como ficou escancaradamente provado no PIB de 2012.
O que fizemos não foi prever o futuro, mas apenas analisar com calma e empenho os dados e números do setor, que eram absolutamente incontestáveis. Qualquer economista principiante seria capaz de prever esse processo que há quase uma década corrói a indústria brasileira.
Quatro anos mais tarde, em 2009, fizemos novo alerta ao Palácio do Planalto. A desindustrialização avançava a passos largos e o Brasil estava se transformando em um país de prestadores de serviços. À época, os donos do poder comemoravam a euforia advinda do consumismo e se limitaram dizer que torcíamos contra o País. Diferentemente do que afirmaram os integrantes do governo, o nosso papel, além de torcer pelo País, é apontar as mazelas do Estado e as irresponsabilidades de seus operadores.
Para provar o erro dos gênios petistas que desfilavam pelo Planalto, uma pesquisa do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) apontou que o setor de serviços, que inclui o comércio e a tecnologia da informação, entre outras atividades, puxou para cima a economia e foi o único que avançou acima do Produto Interno Bruto (PIB), desde o início da crise internacional, em setembro de 2008.
Nesse período de 51 meses, o PIB do setor de serviços avançou 11,6%, enquanto o crescimento da economia brasileira, como um todo, foi de 9,3%, revela o Iedi. No mesmo delta de tempo, a indústria cresceu apenas 2% e a agropecuária ficou praticamente estagnada, com queda de 0,1%.
Quando afirmamos que os integrantes dos governos do PT desconhecem o mais raso significado da palavra planejamento, a esquerda verde-loura entra em rebuliço, como se fosse uma acusação infundada. Critiquem-nos à vontade, mas contra fatos não há argumentos. Principalmente quando os fatos estão calcados sobre números inquestionáveis.
