Fora de órbita – O imbróglio que envolve a eleição do deputado federal Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara (CDH) é resultado do apoio dos partidos que ora protestam e do desinteresse da sociedade pela política.
Se a chegada de Feliciano ao colegiado agora recheia o cardápio discursivo dos políticos que endossaram sua escolha, pois no momento o interesse dos parlamentares estava voltado para comissões com maior visibilidade, as desculpas que começam a surgir são estapafúrdias.
Ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, a petista gaúcha Maria do Rosário já apela às sandices para livrar o PT da confusão. “A Câmara precisa ouvir a sociedade”, disse a ministra.
Que os petistas são viciados em fazer reuniões para decidir até a direção do vento todos sabem, mas é no mínimo incoerente o palavrório da ministra. Se toda vez que ocorrer um problema no Legislativo a sociedade precisará ser ouvida, o melhor a se fazer é fechar o Brasil.
Maria do Rosário, que é deputada federal, pode não saber ou está se fazendo de inocente porque no próximo ano teremos eleições, mas a Câmara, pelo que consta, é a própria representação da sociedade. Tanto é assim, que muitos políticos, em discursos inflamados, afirmam ser a Câmara a casa do povo.
Considerando que a ministra está com a razão e que será preciso ouvir mais novamente a sociedade, desta vez para deliberar sobre o caso de Marco Feliciano, que sejam ouvidos também os que elegeram democraticamente o pastor à Câmara dos Deputados. O que acontece no Congresso Nacional é a transformação da polêmica que recobre a Comissão de Direitos Humanos em cortina de fumaça para outros tantos escândalos que merecem protestos ainda mais ruidosos.