Vergonha zero – Tão logo teve a vitória confirmada nas urnas, em 2010, Dilma Rousseff disse que em seu governo seria intransigente com a corrupção. Quando os primeiros escândalos surgiram na Esplanada dos Ministérios sob a sua batuta, a imprensa chapa branca cumpriu a missão de divulgar a informação de que os envolvidos nos imbróglios eram pessoas não indicadas pela presidente. Ou seja, eram da cota de Lula ou dos partidos da base de apoio.
Mesmo que de mentira, Dilma promoveu uma faxina na equipe ministerial, sendo que o maior prejudicado foi o Partido da República, que foi apeado do Ministério dos Transportes por causa das confusões patrocinadas pelo senador Alfredo Nascimento (AM). O PR fingiu que ficou magoado, mas continuou apoiando o Palácio do Planalto no Congresso Nacional porque a cúpula da legenda passou a receber a contrapartida nos bastidores e longe dos holofotes planaltinos.
De olho na reeleição, em 2014, e com a crise econômica causando estragos em todo o País, Dilma já não se recorda da promessa que fez após ser eleita e volta a se aproximar oficialmente do Partido da República, que viu um de seus caciques, o deputado federal Valdemar Costa Neto (SP), ser condenado na Ação Penal 470 (Mensalão do PT).
Não bastasse o Brasil ser eterno refém do PMDB, que domina o governo federal de forma acintosa, a presidente trará de volta o PR ao primeiro escalão do governo. Os acertos finais serão tratados em reunião no Palácio do Planalto agendada para a próxima terça-feira (26).