Bomba-relógio – Há algumas semanas, a presidente Dilma Rousseff ordenou que as Forças Armadas esclarecessem a denúncia de que alguns militares de alta patente estariam cobrando propina de empresas fornecedoras do governo federal na área de segurança. Tão logo a informação começou a circular nas redações, o ucho.info noticiou que uma investigação mais aprofundada poderia provocar uma hecatombe na Esplanada dos Ministérios, colocando no olho do furacão um parente de conhecido integrante do primeiro escalão do governo.
Muito estranhamente, a ordem de Dilma parece ter sido suspensa e nada mais foi comentado acerca do suposto escândalo de corrupção, que pareceu ser uma tentativa desastrada de desmoralização das Armas, mais especificamente do Exército. O Palácio do Planalto subestima a capacidade de raciocínio dos integrantes da caserna e esquece que o serviço militar de informações é um dos poucos que funcionam bem no País. Como o governo percebeu que dissecar o assunto poderia culminar em uma autoimplosão, o recuo tornou-se imperativo.
Enquanto os palacianos curam as feridas do tiro que saiu pela culatra, um novo escândalo de corrupção está prestes a vir à tona. Uma licitação do governo federal desconsiderou a proposta de fornecedor de equipamentos de alta tecnologia, com paridade técnica com o concorrente e preço menor.
A manobra em favor do fornecedor que apresentou preço maior não tem explicação técnica, mesmo que o parecer da comissão de licitação traga algumas justificativas estapafúrdias, remonta aos tempos do então presidente Luiz Inácio da Silva e faz parte de um acordo espúrio na área militar. Lembrando que as Forças Armadas estão longe desse imbróglio.