Tirando o couro – Líder do PPS na Câmara, o deputado federal Rubens Bueno (PR) protocolou nesta quarta-feira (27), na Mesa da Câmara, pedido de criação de comissão externa para acompanhar os desdobramentos da denúncia em torno do envolvimento do ministro da Agricultura, Antônio Andrade (PMDB-MG), com um abatedouro clandestino no município mineiro de Vazante.
A criação da comissão depende de aprovação do presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). “Nossa intenção é ir até Minas Gerais para ouvir todos os envolvidos no caso, como o dono do abatedouro, o ministério público, a polícia e as autoridades municipais e estaduais responsáveis pela fiscalização do estabelecimento. Não há cabimento um ministro da Agricultura, cuja pasta é responsável por zelar pela qualidade da carne produzida no país, compactuar e se beneficiar de uma atividade ilegal. É uma situação delicada que requer um acompanhamento pelo Congresso”, defende o líder do PPS, que já pediu, através da Câmara, explicações oficiais ao ministro.
Na mais recente edição, a revista Veja traz denúncia de que Andrade, conhecido na região como Toninho, vende gado e abate bois para o consumo de seus funcionários em matadouro que funciona sem as mínimas condições de higiene e fora das normas estabelecidas pelos próprios órgãos subordinados ou parceiros do ministério.
O ministro, que é deputado federal, nega qualquer relação com o abatedouro, mas o proprietário do negócio, Rogério Martins da Fonseca, confirma que compra gado do ministro. “Alguém está mentindo e espero que não seja o ministro”, afirma Rubens Bueno.
O deputado ressalta ainda que o caso envolve um problema social, com os funcionários do ministro possivelmente consumindo carne abatida em local sem higiene; econômico, pois a situação põe sob suspeita a carne produzida na região; e político, já que coloca em xeque as credenciais de Andrade para comandar o ministério. O caso também está sendo acompanhado pelo Ministério Público.