Fim do mundo – Um dia, em meados de 2006, o então presidente Luiz Inácio da Silva ousou dizer que a saúde pública estava a um passo da perfeição. Uma sonora inverdade, que meses mais tarde o próprio mitômano reconheceu como tal. Mesmo assim, o governador Geraldo Alckmin parece ter acreditado na profecia do seu adversário na corrida presidencial daquele ano.
No mais importante estado da federação, São Paulo, a saúde pública também tem seus tropeços, alguns deles avançando pelas raias do absurdo. Leitor do ucho.info, MArco Antonio Sanná foi internado em uma unidade hospitalar da Rede de Reabilitação Lucy Montoro para seis semanas de fisioterapia quase diuturna, mas foi expulso do hospital por determinação do médico André Tadeu Sugawara, um dos diretores da unidade.
Com dificuldades de locomoção, Sanná foi acometido por fortes dores no braço em função do excesso de esforço físico, problema que foi inicialmente tratado com antiinflamatório e analgésico. Ainda com dores, o paciente reclamou da suspensão do antiinflamatório, mas recebeu a ríspida informação de que o caso seria tratado apenas com analgésicos. A partir de então criou-se uma enorme discussão, que culminou com a expulsão do paciente.
André Sugawara suspendeu o tratamento alegando que o paciente não tem comportamento adequado. Trata-se de um ato de irresponsabilidade do médico-responsável da unidade hospitalar, que parece desconhecer o uso da psicologia no exercício da medicina. Além disso, esse senhor deveria saber que um hospital não é escola de etiqueta. Se os médicos da Rede Lucy Montoro não têm capacidade para lidar com um paciente, que o governador Geraldo Alckmin, a secretária Linamara Rizzo Batistella (Direitos da Pessoa com Deficiência) e o secretário Giovanni Guido Cerri (Saúde) expliquem a esses profissionais que cuidam da saúde da população que um hospital, por melhor que seja, não é um parque de diversões e muito menos uma réplica dos campos de concentração de Dauchau e Treblinka.
A continuar assim, Geraldo Alckmin abrirá caminho para a candidatura do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, preposto do lobista-fugitivo Lula, que sonha em tomar de assalto o Palácio dos Bandeirantes. Se Alckmin não consegue acelerar o passo, que se interne em uma das unidades da Rede Lucy Montoro para recuperar os movimentos, mesmo que no caminho da política, pois o que mais sobra nessa seara é especialista em rasteira.
Com a palavra, o governador Geraldo Alckmin, a secretaria Linara Battistella e o secretário Giovanni Cerri, antes que ocaso acabe na delegacia do bairro ou no fórum mais próximo.