Amnésia consumista – A aproximação da Copa do Mundo 2014 também reacende a discussão sobre a efetividade do patrocínio aos eventos deste tipo. Segundo dados divulgados pela agência de pesquisa de mercado e inteligência Hello Research, o futebol é a modalidade esportiva mais praticada pelos brasileiros – com 16% do total e 35% entre os homens. É também o esporte profissional preferido para acompanhar pelos meios de comunicação: 41% dos brasileiros declaram acompanhar os jogos e competições esportivas de futebol, sendo o esporte de maior audiência declarado com quase o dobro do segundo colocado, o vôlei.
E diante desta “paixão nacional” o mercado de publicidade e propaganda já conta com uma grande missão para o período que antecede a Copa do Mundo Fifa 2014: mostrar ao público brasileiro quais as marcas e empresas que estarão presentes de forma oficial nos estádios e nas campanhas ligadas ao maior evento esportivo do planeta. E esta tarefa promete não ser das mais fáceis.
Segundo pesquisa realizada entre os dias 22 de fevereiro e 7 de março pela agência, junto a cerca de mil pessoas em mais de 70 cidades brasileiras e nas cinco regiões do País, 47% dos brasileiros não sabem ou não lembram o nome de nenhuma marca/empresa que protagonizará os principais comerciais ou estampará os outdoors das principais cidades do País como patrocinadoras oficiais da Copa do Mundo de Futebol. Entre as mulheres o desconhecimento é ainda maior, chegando a 58%. E quanto maior a faixa etária dos entrevistados, cresce também a falta de informação a respeito do tema, chegando a atingir 67% das pessoas com idades acima de 60 anos.
Ainda entre as pessoas que revelaram lembrar-se de ao menos uma marca, houve confusão. Das dez marcas mais lembradas, apenas três são realmente parceiras oficiais do evento: Coca-Cola, Itaú e Adidas.
A Coca-Cola lidera no quesito lembrança de marca entre patrocinadores oficiais, com 32% no geral, chegando a 38% entre os homens e a 47% na região Sul (maior índice por região). A marca de refrigerantes também mostrou grande aderência por parte dos mais jovens, sendo lembrada por 38% dos indivíduos com idades entre 16 e 24 anos, e 36% das pessoas entre 25 e 34 anos. No que se refere às classes sociais, a líder em lembrança teve 44% entre os indivíduos da classe B.
Na segunda posição em lembrança espontânea, um claro exemplo de confusão do consumidor associado ao poder de imagem de marca. A Nike, que sequer figura entre os patrocinadores oficiais do evento, teve 18% de lembrança total. Em 3º lugar no geral um empate técnico entre 4 dos maiores bancos do país – Caixa Econômica, Bradesco, Banco do Brasil e Itaú. A curiosidade é que, destes, apenas o último (Itaú) é de fato, patrocinador oficial da Copa. Adidas vem logo na sequencia com 10% de lembrança empatada com a Petrobras. Nenhuma outra marca atingiu o mínimo de dois dígitos de lembrança espontânea e, como previsto, houve muita pulverização a respeito da citação sobre os patrocinadores oficiais da Copa do Mundo Fifa 2014, com relativo destaque também às marcas Vivo, Brahma, Skol, Guaraná Antarctica e TIM.
“Fica evidente o fato de existir muita confusão por parte da população entre patrocinadores da Copa do Mundo Fifa 2014, patrocinadores da seleção brasileira de futebol e patrocinadores de outras modalidades esportivas”, comenta Davi Bertoncello, Sócio-Diretor Executivo da Hello Research. “Outro fator a ser considerado é que as empresas patrocinadoras devem potencializar seus investimentos em comunicação a partir da Copa das Confederações quando faltará um ano para a Copa do Mundo. Isso poderá mudar este cenário por completo”, complementa.
A pesquisa da Hello Research destaca ainda outras marcas/empresas apontadas pelos brasileiros com possíveis presenças na Copa, a partir da análise de ambos os sexos. Confira:
Neste estudo foram ouvidos indivíduos de ambos os sexos, de todos os graus de escolaridade, com idade entre 16 e 70 anos.
“Entendemos que os números atuais não são confortáveis, mas não é um fato para preocupação, apenas um sinal de alerta. As marcas investem pesado para fazer parte desta grande festa, mas só tiram proveito deste fato, uma vez que as pessoas associem sua marca a competição. E, para isto, só existe um caminho, comunicação”, destaca Bertoncello. (Do AdNews)