Mão ligeira – Fosse o Estado minimamente sério ou, então, uma empresa privada, muitos agentes públicos transgressores já estariam contemplando o nascer do astro-rei de forma geometricamente distinta. Em 2011, a Câmara Municipal de São Paulo lançou o programa “Papel Zero”, com o objetivo de dar um viés ecológico ao Legislativo paulistano. Para tal, cada um dos 55 vereadores recebeu notebooks e tablets, mas dois deles não devolveram os equipamentos depois de deixarem a Casa. São eles Agnaldo Timóteo (PR) e Netinho de Paula (PCdoB).
Após tropeçar nas urnas eleitorais, Agnaldo Timóteo não devolveu o notebook adquirido pela Câmara em 2012. De acordo com o Legislativo municipal, o cantor será notificado em breve para que devolva equipamento, avaliado em cerca de R$ 2 mil.
Reeleito em 2012, Netinho de Paula não devolveu um notebook e um tablet cedidos pela Câmara. Atualmente no comando da Secretaria Igualdade Racial, a convite do prefeito Fernando Haddad (PT), passará por constrangimentos se insistir na apropriação indébita. A assessoria da Câmara Municipal informou que desligará a conexão 3G dos equipamentos até a devolução dos mesmos.
Se os alarifes em questão fossem cidadãos comuns, por certo a polícia já teria entrado em ação e exibido a força da lei a esses senhores que dizem representar o povo, mas, como sempre, cuidam apenas dos próprios interesses.
Acostumado a conviver com o desmando durante o período em que esteve ministro da Educação, a convite do fugitivo Lula, o prefeito Fernando Haddad deve classificar essa situação como normal. Em qualquer país com homens públicos responsáveis, Netinho de Paula, o espancador de mulheres, já teria sido ejetado da secretaria.