Tiro no pé – A vitória do “chofeur” bolivariano Nicolás Maduro sobre o oposicionista Henrique Capriles foi de 1,59 ponto percentual, o que representa, considerando o universo de eleitores venezuelanos foram às urnas no domingo, pouco mais de 235 mil votos. Após o anúncio do Conselho Nacional Eleitoral, Maduro disse a Capriles que aceita uma auditoria nos votos se for necessário. Como o candidato da oposição não reconhece o resultado e diz ter uma contagem da urnas diferente, essa auditoria acontecerá com certeza.
A situação é constrangedora para Maduro, que terá de governar sob intensa pressão, caso a auditoria confirme o resultado, mas ao mesmo tempo preocupante para a presidente Dilma Rousseff, pois o seu marqueteiro, João Santana, foi o chefão da campanha do herdeiro político de Hugo Chávez.
Responsável pela segunda campanha presidencial de Lula e a de Dilma Rousseff, o marqueteiro brasileiro conseguiu a proeza de deixar Henrique Capriles abocanhar 1,6 milhão de votos do adversário em apenas três semanas de campanha, com o Palácio Miraflores atuando fortemente em favor de Maduro e desrespeitando a Constituição do país.
O resultado da eleição venezuelana fará com que os palacianos rompam esta segunda-feira (15) com uma tremenda e inesperada dor de cabeça, pois João Santana está, pelo menos por enquanto, cotado para fazer a campanha de Dilma pela reeleição. Considerando que a campanha no Brasil é mais demorada, se Santana mantiver o ritmo de perda de votos para os adversários, Dilma está em uma sinuca de bico antecipada.