Dita branda – Respeito à democracia só existe na esquerda quando a própria é a única beneficiada. É assim que pensa e age a presidente Dilma Vana Rousseff, que ao chegar a Caracas declarou apoio ao pleito ocorrido no último domingo (14) e elegeu sob o manto da suspeição o bolivariano Nicolás Maduro.
“É uma nota [divulgada pelo bloco] que reitera o compromisso da Unasul com os processos democráticos, ao mesmo tempo que determina um posicionamento da Unasul como sendo de apoio à estabilidade, à paz e aos processos que constituem legalmente a sustentação democrática”, disse Dilma aos jornalistas que a aguardavam à porta do hotel na capital venezuelana, onde participa da cerimônia de posse de Maduro.
Na quinta-feira (18), uma reunião extraordinária da Unasul discutiu a situação na Venezuela e pediu o respeito ao resultado da eleição. Durante o encontro, convocado com urgência e que terminou na madrugada desta sexta-feira (19), o bloco também reconheceu a importância de o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ter decidido verificar 100% das urnas eletrônicas, atendendo a um pedido da oposição venezuelana.
Dilma destacou ainda que a nota “define uma tomada positiva em relação ao Conselho Nacional Eleitoral e repudia as violências, as mortes, os feridos e também acrescenta no final um posicionamento no sentido de que haverá uma comissão da Unasul para acompanhar as investigações sobre direitos humanos”.
Encerrada a reunião, os governantes dos países que integram a Unasul apresentaram uma ata com cinco pontos de consenso. Além de reconhecer o CNE como órgão soberano para receber reclamações, o bloco parabenizou o presidente eleito e disse que pretende cooperar para a solução dos problemas que possam afetar a democracia na região.
Os membros da Unasul decidiram também que uma missão observadora acompanhará a investigação dos atos violentos ocorridos nesta semana durante as manifestações que pediam a recontagem dos votos. O governo bolivariano acusa a oposição de ser responsável pela morte de oito pessoas em decorrência dos protestos.
Dilma, assim como os outros chefes de Estado que estiveram reunidos, tem um conceito deturpado de democracia. Isso ficou claro por ocasião do impeachment de Fernando Lugo, então presidente do Paraguai. Lugo foi ejetado do cargo à luz da Constituição do país, mas a Dilma não se conformou e liderou um movimento que culminou com a suspensão temporária do Paraguai no Mercosul. Foi na esteira dessa vacância da cadeira paraguaia que a Venezuela conseguiu ingressar no bloco sul-americano.
O apoio obtuso e parcial de Dilma Rousseff ao suspeito processo eleitoral venezuelano mostra de forma clara e inconteste o que espera os brasileiros mais adiante. O projeto totalitarista de poder do Partido dos Trabalhadores está em marcha avançada e é semelhante ao que manteve Hugo Chávez no Palácio de Miraflores durante doze anos e garantiu a eleição do seu sucessor.
Os brasileiros de bem e que compreendem o estrito significado de democracia ainda têm uma nesga de tempo para lutar pela liberdade no País, o que não acontecerá à sombra do conhecido e teimoso comodismo da sociedade.