Fechando o cerco – O líder da MD (Mobilização Democrática), deputado Rubens Bueno (PR) disse, no domingo (21), que pedirá à Casa Civil cópia da sindicância mantida sob sigilo pela Controladoria Geral da União (CGU) que apurou anormalidade na evolução patrimonial da ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha, indiciada pela Polícia Federal por formação de quadrilha, corrupção passiva e tráfico de influência em todas as instâncias governamentais para obter benefícios financeiros.
O parlamentar defendeu também que o resultado da sindicância, cujo resultado foi divulgado pela revista Veja, precisa ser anexado ao relatório do inquérito da investigação da PF remetido a 5ª Vara da Justiça Federal de São Paulo. “Acredito que isso é importante para que seja desvendado e esmiuçado o modus operandi da quadrilha que se instalou no seio do governo”, disse o líder da MD.
De acordo com a revista, a sindicância apontou irregularidades e mapeou uma rede de favores e tráfico de influência exercido por Rosemary quando ela chefiava o escritório da Presidência em São Paulo. A apuração determinada pela Casa Civil, segundo a Veja, teria rastreado anormalidade na evolução patrimonial da acusada e recomendado que ela seja investigada por enriquecimento ilícito.
Rubens Bueno critica o caráter sigiloso do resultado sindicância, que foi remetido em janeiro à CGU, conforme Veja. “Não é possível que um relatório sugerindo a abertura de um processo disciplinar administrativo contra um servidor público seja mantido em segredo para evitar instabilidade institucional. O que o governo está querendo esconder?”, questionou, ao afirmar que a MD vai tomar dos providências cabíveis para ter acesso ao documento.
Celeridade
“A Justiça tem de julgar com celeridade mais esse escândalo do governo do PT para que os crimes que a amiga do ex-presidente Lula cometeu não fiquem impunes como o seu ex-chefe, no caso do mensalão”, afirmou Bueno. Rose, como é conhecida entre os petistas, negociava favores, de acordo com a PF, em troca de serviços prestados à “máfia dos pareceres”, esquema que foi desbaratado pela Operação Porto Seguro.
CPI
Para Rubens Bueno, as investigações realizadas pela PF e a Casa Civil mostram a gravidade do caso e que a oposição estava no “caminho certo” ao propor uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), em 2012, para apurar o tráfico de influência no governo do PT e o envolvimento de agentes público com pareceres irregulares.
A pressão exercida pelo governo nos parlamentares da base aliada impediu que a CPI obtivesse o número necessário de assinaturas (171) para que fosse instalada na Câmara dos Deputados.
Mantega
Rubens Bueno também lamenta o fato de o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ainda não ter respondido ao requerimento de informações formulado pelo PPS, em dezembro de 2012, para explicar a denúncia de tráfico de influência na contratação pelo Banco do Brasil de empreiteira da família de Rosemary. “A demora só aumenta as suspeitas”, disse, ao lembrar que o prazo constitucional para o envio das informações solicitadas é de 30 dias a partir do recebimento do pedido.