Brasileiros precisam estar atentos às manobras silenciosas do PT para salvar mensaleiros condenados

Manobras conexas – Condenado na Ação Penal 470 (Mensalão do PT), José Dirceu declarou, há dias, que o processo não terminará tão cedo e que, se necessário, recorrerá às cortes internacionais, tese que ganhou força no vácuo do entendimento do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, para quem o Brasil terá de acatar eventual decisão de algum colegiado do exterior.

A não indicação até o momento de um ministro para a vaga de Carlos Ayres Britto pode ser proposital. A presidente Dilma Rousseff, a quem cabe a indicação, tem postergado a decisão, o que pode favorecer alguns réus no caso de embargos infringentes, quando a condenação se dá por uma diferença de apenas um voto. Um novo ministro alinhado com os interesses do Palácio do Planalto e da cúpula do PT poderá, em tese, reverter esse quadro de condenações.

No tocante a eventuais recursos impetrados em cortes internacionais, a primeira delas seria a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). Não foi por acaso que o governo da presidente Dilma Rousseff indicou Paulo Vanucchi, ex-secretário de Direitos Humanos no governo de Luiz Inácio da Silva e diretor do Instituto Lula, para disputar uma das três vagas abertas no colegiado.

O PT trabalha fortemente nos bastidores para que Vanucchi seja um dos escolhidos (há outros cinco candidatos indicados por Peru, Equador e Estados Unidos), cenário que facilitaria e encurtaria o caminho de José Dirceu em busca de uma possível reviravolta no julgamento do maior escândalo de corrupção da história nacional.