Em Brasília, Mantega anuncia a desoneração do álcool; em Santos, porto sofre novo apagão logístico

Camisa de força – Incapaz inclusive de explicar aos jornalistas as medidas utópicas e tardias que adota para conter a crise e não perder inflação de vista, o ainda ministro Guido Mantega anunciou há instantes a desoneração para os setores de álcool combustível e de produtos químicos, como se isso resolvesse alguma coisa a essa altura dos acontecimentos.

Contemplar o setor sucroalcooleiro sem prever minimamente o que pode ocorrer no mercado internacional de açúcar é assinar atestado de incompetência e dar um tiro no pé. No momento em que a demanda internacional de açúcar estiver em alta, nenhuma benesse tributária fará as usinas produzirem maior quantidade de etanol.

Enquanto Mantega destila a miopia do governo do PT ao contemplar a crise econômica que preocupa nove em cada dez brasileiros, o porto de Santos, o maior do País, é alvo de mais um nó logístico, situação que decorre do apagão de infraestrutura que toma conta do Brasil.

Leitores do ucho.info telefonaram à redação para informar que estão parado há mais de duas horas em um congestionamento na rodovia Domenico Rangoni (Piaçaguera-Guarujá), tomada por uma fila de caminhões que já ultrapassa a marca dos 12 km e chega à rodovia Anchieta, que liga a capital paulista à Baixada Santista.

O porto de Santos está operando acima da capacidade, mas mesmo assim não consegue dar conta dos embarques de soja. Navios estrangeiros aguardam há quarenta dias na Baía de Santos a vez para atracar e carregar. Cada dia parado de um navio custa US$ 100 mil. Encerrada a safra de soja, os portos começarão a receber, de forma sequencial, cargas de milho e açúcar.

Preocupados com o projeto de reeleição de Dilma Rousseff em 2014, os palacianos inventam um fato novo a cada dia, sem considerar que uma parcela da população, não abduzida pelos programas que distribuem esmolas sociais, ainda consegue pensar. Quando a dura e macabra realidade que emoldura a economia brasileira for percebida por todos, será tarde demais.

Como disse o messiânico Luiz Inácio da Silva, um conhecido comunista de botequim, “nunca antes na história deste país”.