Barco à deriva – Não bastassem as medidas inócuas e tardias adotadas pelo governo federal para tentar reverter a crise econômica, o mercado financeiro está arredio por causa de motivos extras, começando pela possibilidade de uma disparada generalizada de preços e um consequente solavanco na seara do emprego.
Com o viés intervencionista do governo do PT, que ousa limitar as margens de ganho dos investidores privados, o Brasil deixou de ser um porto seguro para o capital estrangeiro, que agora singra mares em busca de outros destinos.
A preocupação que tomou conta dos investidores internacionais é confirmada por nove entre dez profissionais do mercado financeiro nacional. Em conversa com o ucho.info, um renomado consultor financeiro alertou para o perigo de qualquer movimento estranho no mercado de trabalho, o que comprometeria ainda maia a aposta errada do governo em reverter a crise por meio do consumo interno.
Independentemente desse temor, o consumo já começa a desacelerar em função de uma mistura de dois motivos. A inflação real está fora de controle, o que tem levado o consumidor a mudar seus hábitos, e o ganho real dos salários não acompanha a alta de preços.
Sem saber o que fazer diante da crise, o governo da presidente Dilma Rousseff continua encarando o problema como se fosse um laboratório de ensaios, como se o Brasil tivesse em condições de conviver com experimentos na área econômica.
Enquanto os palacianos batem cabeça à procura de uma solução que não comprometa o projeto de reeleição de Dilma Rousseff, a economia brasileira anda de lado. E não será surpresa se o crescimento do PIB, em 2013, repetir o fiasco do ano anterior. Por enquanto, as previsões para o crescimento da economia estão na casa de 3%.