Comissão da Verdade chama coronel Ustra para prestar depoimento, mas militar não irá à audiência

Morrendo na praia – Confirmando o que antecipou este site, a Comissão da Verdade – ou Comissão do Revanchismo – chamou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra para depor, mas o militar aposentado não comparecerá à audiência marcada para a próxima sexta-feira (10).

Sem ter o poder de intimar, a Comissão terá de se contentar em receber o advogado do militar que comandou o DOI-Codi e é acusado de cometer crimes contras os direitos humanos durante a ditadura.

O advogado Paulo Alves de Sousa alegou que seu cliente não comparecerá à audiência porque “já foi ouvido em juízo diversas vezes”. Por meu meio de deu defensor, Ustra deverá entregar uma petição e um exemplar do seu livro “Verdade Sufocada”, no qual relata sua atuação durante a ditadura militar. “Ele já esclareceu tudo no livro e vai pedir na petição que a comissão releve sua ausência”, disse Paulo Alves de Sousa.

Além da petição, o advogado deverá entregar um arrazoado feito por Carlos Alberto Brilhante Ustra, o que pode colocar mais lenha em uma fogueira que arde há muito tempo.

O ucho.info não tem procuração para defender o coronel Ustra, mas entende que falta isonomia nessa tentativa revanchista do governo do PT de passar a história a limpo. Contar a história pela metade, como quer a esquerda brasileira, é um reconhecimento antecipado de culpa por parte daqueles que tentaram, sem sucesso, implantar no Brasil uma ditadura comunista, algo que pode se tornar realidade em pouco tempo, caso os brasileiros não reajam a esse golpe que vem sendo esculpido lentamente desde 2003.

Sem poder para alterar as decisões judiciais tomadas a partir da Lei da Anistia, a Comissão da Verdade busca condenar junto à opinião pública parte dos protagonistas do mais negro capítulo da história nacional.

Como já destacamos anteriormente, o ucho.info tem motivos de sobra para se posicionar contra os militares, pois o editor e sua família foram vítimas da ditadura – com direito a perseguições do DOI-Codi e sessão de tortura –, mas é preciso equilíbrio e bom senso até mesmo para revelar à população a verdade. Não se pode manipular a história para atender os anseios ideológicos de um governo que se especializou em corrupção.

Para que os críticos de plantão não se alvorocem, o pai do editor do ucho.info, dias antes de ser assassinado aos 49 anos, recebeu em seu escritório dois agentes do Serviço Nacional de Informações, o temido SNI. Mesmo assim, em nenhum momento a família ousou pensar em cobrar do Estado qualquer tipo de indenização.