Governo comemorara eleição de brasileiro para a direção da OMC, mas festa é ufanismo oficial

Pirotecnia desnecessária – A eleição do embaixador Roberto Azevêdo para o comando da Organização Mundial do Comércio (OMC), a partir de setembro próximo, não é uma vitória do Brasil, até porque quem assume o cargo deve defender os interesses do comércio global, não do país de origem do eleito.

O Palácio do Planalto e o Itamaraty comemoraram a vitória de Azevêdo, que derrotou o mexicano Herminio Blanco, mas o que o governo de Dilma Rousseff deveria fazer, caso queira mesmo alcançar a coroa de louros, é tornar o Brasil mais competitivo no cenário internacional. Imaginar que a eleição de Roberto Azevêdo dará maior visibilidade a um país que enfrenta um apagão de infraestrutura e tem carga tributária criminosa é no mínimo atestado de irresponsabilidade.

Azevêdo foi eleito para comandar a OMC durante quatro anos e terá a árdua missão de concluir a Rodada de Doha, que fracasso por causa das lambanças patrocinadas pelo então ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, atualmente à frente da pasta da Defesa.

Os palacianos não podem sequer pensar que a eleição de Roberto Azevêdo para a direção-geral da OMC será propulsada pelo discurso matreiro da esquerda festiva da América Latina, que insiste em atacar os países desenvolvidos como forma de camuflar a incompetência de seus integrantes. A prova de fogo de Azevêdo será no final deste ano, durante a reunião interministerial da organização na Indonésia.

Se for instado a colocar sobre a mesa do comércio internacional o discurso utópico e ultrapassado de um governo paralisado que busca desculpas para esconder o fracasso emoldurado pela corrupção, Roberto Azevêdo terá sérios problemas pela frente.