Virou baderna – Na eleição presidencial de 2006, Lula, que sofria os efeitos do Mensalão do PT, o maior escândalo de corrupção da história nacional, concordou com uma mentira esculpida pela camarilha petista: que uma eventual vitória de Geraldo Alckmin nas urnas representaria a imediata privatização da Petrobras.
As pessoas de bem sabiam que Lula e sua horda mentiam de forma deslavada, mas o candidato petista concordou com a manutenção da sórdida estratégia, que se alastrou pelo País com a ajuda da claque amestrada do PT.
Como se fossem herdeiros de Messias, os petistas, nos últimos dez anos, gastaram o tempo incutindo na opinião pública a ideia de que a legenda é a única bóia de salvação. Por conta disso, nenhum escárnio patrocinado por esses saltimbancos do poder foi contestado como deveria ser. A bordo da impunidade, o PT avançou em seu projeto totalitarista de poder, fazendo a céu aberto e sem qualquer resistência o que condenou durante décadas.
O melhor exemplo é a situação da Petrobras, reduto de escândalos petistas, todos devidamente abafados. O maior dos imbróglios é a compra de uma obsoleta refinaria em Pasadena, no Texas, por valor algumas vezes superior ao de mercado.
Agora, sem que a sociedade esboce qualquer tipo de reação, o governo de Dilma Rousseff está a um passo de promover mais um desmonte na Petrobras. Na próxima semana (14 e 15 de maio), a Agência Nacional de Petróleo (ANP) promoverá novos leiloes de reservas petrolíferas, cujo resultado deve diminuir a participação da Petrobras no mercado doméstico.
Trinta bilhões de barris de petróleo que passarão às mãos da iniciativa privada, o que pode ser considerado como um processo disfarçado de privatização. Essa quantidade de petróleo corresponde a duas vezes a reserva provada da estatal, descartados os números ainda misteriosos do pré-sal. Para quantificar a operação, o petróleo que será leiloado é superior, em termos financeiros, ao PIB brasileiro.
Mas isso não é tudo. De acordo com o jornalista Oscar Andrades, a Petrobras, com a anuência do Palácio do Planalto, abrirá mão de alguns terminais secos da Transpetro (Osbra, Oslapa, Ospar, Tevol). Os terminais secos são os mais lucrativos no sistema Petrobrás, pois são automatizados e usam reduzida mão de obra, ao contrário dos terminais molhados.
Essa operação que o governo e a Petrobras arma silenciosamente, sem ouvir a sociedade e os sócios minoritários da empresa, é uma ode à utopia, além de ser um crime de lesa pátria. Para construir a malha de dutos utilizada no transporte de derivados de petróleo, o Estado despejou fortunas em dinheiro público, valores que poderiam facilmente ser investidos em saúde, educação e segurança pública, por exemplo.
Há algo muito estranho nessa negociata, pois o governo privatizará algo que lhe pertence para, na sequência, pagar pelo uso do mesmo. É preciso que a sociedade reaja e o Ministério Público entre em cena, antes que mais um absurdo com a chancela petista se consume e torne-se irreversível.