Embaixada dos EUA aciona FBI para investigar ONG acusada de intermediar adoções no Brasil

No encalço – O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas A. Shanon, acionou o FBI (a polícia federal americana) para que investigue informações repassadas pela CPI do Tráfico de Pessoas da Câmara dos Deputados sobre a atuação da ONG Limiar, que tem escritórios no Brasil e no Texas. Especializada em adoções de crianças ao redor do mundo, a Limiar tem filiais em quatro estados brasileiros.

Nos estados do Paraná e São Paulo há registros de casos de adoções suspeitas intermediadas pela Limiar e que estão sob o acompanhamento dos parlamentares brasileiros. O pedido de apuração ao FBI consta de um ofício enviado pelo próprio embaixador ao presidente da CPI, deputado Arnaldo Jordy (MD-PA). Shanon, no documento, considera “graves as alegações” levadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito.

Em recente reunião com representante do governo americano, o presidente da CPI fez um relato sobre o caso de São João do Triunfo, no interior paranaense. Foi lá que uma mulher perdeu a guarda dos sete filhos, levados para serem adotados por famílias americanas. O processo foi intermediado por Audelino de Souza, uma espécie de “despachante” da Limiar no Brasil.

A suspeita, ressalta Jordy, é de que a entidade cobraria entre US$ 9 e U$ 20 mil por processo de adoção. “Além disso, a ONG não tem o credenciamento das autoridades brasileiras para promover as adoções internacionais”, afirmou o presidente da CPI.