Vale tudo – O PT continua se valendo da velha teoria de que a lei serve apenas para os inimigos e adversários. Inconformado com a o programa político do PSDB, que foi ao ar na última semana e teve a participação escancarada do senador Aécio Neves (MG), presidenciável do partido, o PT ingressou na Justiça alegando que se tratava de campanha antecipada. E não há o que discutir, pois os petistas sabem muito bem o que é isso, pois Dilma Rousseff também está em declarada campanha.
Mas não é apenas a presidente que tem utilizado os atos oficiais do governo para fazer campanha. Os ministros Paulo Bernardo da Silva (Comunicações) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil) – o casal 20, pero no mucho – estão usando a máquina pública federal de forma intensa e descarada para favorecer a candidatura da ministra ao governo do Paraná em 2014.
Para se ter ideia do jogo sujo e pesado protagonizado por Bernardo e Gleisi, desde 2011 o estado é discriminado na distribuição de verbas federais. O Paraná é o 5º estado que mais contribui em receitas para a União, mas é o 23º colocado no recebimento de repasses federais. Perde feio para os vizinhos do Sul, Santa Catarina (que recebe o dobro de verbas federais per capta) e Rio Grande do Sul (estado governado pelo PT, que leva quase quatro vezes mais por habitante). O Paraná é o único estado do país que tem ministros da terra trabalhando dia e noite contra os seus interesses em Brasília.
Além da discriminação, Paulo Bernardo, como ministro das Comunicações, “concentrou a liberação de retransmissoras de TV no Paraná”, e de acordo com matéria do jornal “Folha de S. Paulo” publicada na edição do último sábado (25). “Dados obtidos pela Folha por meio da Lei de Acesso à Informação revelam que, de 39 retransmissoras concedidas por Bernardo ou seu secretário de Comunicação Eletrônica, Genildo Lins, 8 foram para municípios do Paraná”, destacou a reportagem. Ou seja, enquanto é um dos últimos na distribuição de verbas, é o primeiro disparado na distribuição de emissoras de TV, todas elas para aliados políticos do casal ministerial.
Em qualquer país minimamente sério, com governantes igualmente responsáveis, Paulo Bernardo e Gleisi já estariam demitidos. Imagine, caro leitor, a intensidade do ruído petista se a dupla fosse filiada ao PSDB.