Cartão vermelho – “A presidente Dilma tem o dever de demitir, imediatamente, o presidente da Caixa”. A defesa foi feita nesta terça-feira (28) pelo líder da Mobilização Democrática (MD) na Câmara, deputado federal Rubens Bueno (PR), após sair deixar encontro da oposição com o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello.
Para o parlamentar, ao esconder durante mais de uma semana que o banco antecipou, sem aviso prévio, o pagamento de todos os beneficiários do Bolsa Família, e ainda alegar que a decisão foi tomada sem o seu conhecimento, Jorge Hereda perdeu todas as condições de permanecer no comando da Caixa.
“O presidente da Caixa agiu com irresponsabilidade e incompetência. Em todo esse episódio o que não faltou foi mentira e falta de transparência. Não há dúvida de que o erro da Caixa, ao antecipar na surdina os pagamentos, contribuiu de maneira decisiva para a difusão do boato sobre o fim do programa do governo. Sem contar que os beneficiários ainda foram prejudicados com os tumultos na agências”, afirmou o líder da MD.
Encontro na PF
Na reunião com o diretor da PF, que contou ainda com a participação dos líderes do PSDB, Carlos Sampaio (SP), do DEM, Ronaldo Caiado (GO), e da Minoria, Nilson Leitão (PSDB-MT), Rubens Bueno cobrou agilidade na investigações. “Cobramos uma apuração rápida, até porque uma ministra (Maria do Rosário, dos Diretos Humanos) chegou a culpar a oposição pelo boato. No entanto, o diretor da PF nos disse que trata-se de uma apuração difícil. Adiantou, no entanto, que pede ter novidades nesta quarta-feira”, relatou o parlamentar.
Sobre a questão do envolvimento de uma empresa de telemarketing do Rio de Janeiro na propagação do boato, o diretor da PF se mostrou cauteloso. “Ele disse que, por enquanto ,só tinham o relato de uma pessoa. Mas a polícia continua investigando”, contou Bueno.
Eduardo Cardozo e acesso ao inquérito
O líder da MD também protocolou pedido de informação, nesta terça-feira (28), ao ministro da Justiça, Eduardo Cardozo. No requerimento, ele solicita informações oficiais sobre as providências que estão sendo tomadas pela Polícia Federal para esclarecer o caso. Também pede acesso ao andamento da investigação e, após a conclusão, cópia da íntegra do inquérito.
“Queremos ter acesso a toda a investigação até para que não pairem dúvidas sobre o que realmente provocou esse boato, que circulou por mais de dez estados”, finalizou o Rubens Bueno.