Medidas do governo não ressuscitam confiança do mercado financeiro, que aposta em novo recuo do PIB

Torre de Babel – A economia brasileira está cambaleante, mas os palacianos insistem em manter a soberba. Nesta segunda-feira (3), o Banco Central divulgou, como faz regularmente, o Boletim Focus, que trouxe pela terceira vez consecutiva previsão de recuo do crescimento do PIB em 2013. Depois do anúncio de que o crescimento econômico no primeiro trimestre do ano ficou no vergonhoso patamar de 0,6%, economista revisaram a previsão de 2,93%, há uma semana, para 2,77%. O que mostra que mais uma vez o discurso ufanista do ainda ministro da Fazenda foi pelo ralo.

A situação torna-se ainda mais preocupante com a previsão do mercado para a inflação. Consultados pelo Banco Central, economistas das cem maiores instituições financeiras em atividade no País fizeram uma quase imperceptível correção na previsão de inflação para o ano, que passou de 5,81% para 5,80%. A estimativa está acima do centro da meta fixada pelo governo, que é de 4,5% ao ano.

Esse cenário desanimador em relação a inflação se confirma dias após o Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, elevar em meio ponto percentual a taxa básica de juro, a Selic, agora fixada em 8% ao ano. A decisão do Copom foi unânime e teve como justificativa a necessidade de reforçar o combate à inflação, que em números reais já beira a casa de 20%. Os analistas financeiros também apostam em alta da Selic, podendo encerrar o ano no patamar de 8,25%,

Essa aposta do mercado financeiro na seara da inflação mostra que as medidas do governo para conter a crise não geram a confiança necessária. O grande problema da economia brasileira não está no combate à inflação, mas na busca de uma solução que minimize o processo inflacionário. Algo que tão cedo o governo não fará, pois para tal são necessárias medidas impopulares, que comprometeriam o projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff.