Dólar abre em baixa após isenção de IOF, mas volta a subir no vácuo da incompetência do governo

Gangorra oficial – O grande erro do governo do Partido dos Trabalhadores é não combinar o discurso. E esse detalhe tem marcado a era petista no Palácio do Planalto de tal forma, que a fala das autoridades governamentais passou a ter prazo de validade curto.

Há dias, após elevar a taxa básica de juro (Selic), o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que a ordem era combater a inflação com firmeza até 2014, trazendo para o centro da meta o mais temido de todos os fantasmas da economia. Na ocasião, o ainda ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o dólar não mais seria uma ferramenta de combate à inflação, o que levou a concluir que o governo deixaria de intervir no mercado para manter em baixa a cotação da moeda norte-americana.

Bastou o dólar ultrapassar o patamar de R$ 2,14 na terça-feira (4) para que o governo anunciasse a isenção de IOF para os investimentos estrangeiros em renda fixa. Há meses, por causa do excesso de liquidez no mercado internacional, os palacianos fixaram em 6% o IOF sobre o ingresso de capital estrangeiro especulativo.

Nesta quarta-feira (5), o dólar abriu o dia com queda que chegou a 2% (alcançou a marca de R$ 2,0849), mas a falta de credibilidade do governo fez com que a moeda ianque voltasse a operar em alta, valendo neste momento R$ 2,1371.

O despreparo das autoridades econômicas fica latente quando a aposta do governo caminha na contramão da tendência global. No mercado financeiro internacional, o movimento atual é de valorização do dólar, decorrência da recuperação da economia norte-americana.

Está cada vez mais evidente que o governo da presidente Dilma Rousseff perdeu o controle da economia e não sabe como conter a alta generalizada de preços que vem assustando de forma generalizada todas as camadas da população. O horizonte que se desenha é pouco sombrio, mas os inquilinos do Palácio do Planalto insistem em afirmar que o Brasil continua na condição de país de Alice, aquele das maravilhas.