Tiro ao alvo – Encurralado pelas reticências das manifestações que continuam marcando o calendário do cotidiano, o Partido dos Trabalhadores atua forte e descaradamente para sufocar uma crise política que pode levar a legenda a uma derrocada histórica.
Após escalar alguns parlamentares para declarações ufanistas e sem propósito, o PT volta a se agarrar ao populismo barato que levou o lobista-fugitivo Lula ao Palácio do Planalto, que serviu de covil para os operadores do período mais corrupto da histórica nacional.
No afã de dar responder à parcela da sociedade que foi às ruas para protestar contra a degradação do Estado, como um todo, o PT abraçou a proposta que cria impostos específicos para grandes fortunas. O jornal Financial Times, que há dias criticou duramente o pacto anunciado por Dilma Rousseff, não poupou palavras e classificou o adesismo ao projeto que tramita no Congresso Nacional como “aparente reversão ao populismo”.
Incoerentes como sempre, até porque a incompetência exige que se fuja da realidade, petistas defendem a proposta sob a alegação de que o regime tributário nacional seria mais justo. Uma sandice discursiva inaceitável, especialmente em um país onde a volúpia arrecadatória do Estado garante 35% do PIB.
Essa cortina de fumaça que carrega a estrela petista é um acinte ao bom senso, pois o partido defende impostos mais elevados sobre fortunas acima de R$ 13 milhões, sendo que o valor arrecadado financiaria o transporte público. Além de ousados, os petistas mostram a incapacidade para as contas, pois não será com a taxação das grandes fortunas que a mobilidade urbana encontrará a luz no final do túnel.
As mazelas do transporte público decorrem da falta de planejamento do governo do PT, que desde a era Lula tem se dedicado à pirotecnia oficial para manter elevados índices de aprovação popular, algo parecido com que acontece na bolivariana Venezuela, um país que consegue ser decadente em termos econômicos apesar das grandes reservas petrolíferas.
No momento em que os petistas palacianos deixarem de cumprir as ordens obtusas de Lula e seus sequazes, impedindo que o BNDES conceda empréstimos bilionários a um grupo de empresários que em qualquer parte do planeta seriam considerados à beira da bancarrota, possivelmente o Brasil retomará o caminho do desenvolvimento lógico. Até lá, os brasileiros terá de se acostumar com os devaneios de um partido político que tem inconteste vocação para quadrilha.