Ditadura disfarçada – Nada como o ufanismo para alimentar um governo de incompetentes. Com o objetivo de dar uma resposta aos protestos que tomaram as ruas das principais cidades brasileiras, a presidente Dilma Rousseff lançou o programa “Mais Médicos”, remendo de ocasião que não soluciona o caos da saúde pública, uma das cobranças dos manifestantes.
Como se uma canetada fosse a solução, Dilma anunciou a criação de dez mil novas vagas para médicos, que contarão com a mesma infraestrutura caótica que levou a saúde pública à degradação.
Outro ponto do programa para a melhoria da saúde foi detalhado pelo ministro Aloizio Mercadante, da Educação, que nos últimos dias tem atuado como office boy da crise política que chacoalha o Palácio do Planalto. Mercadante informou que os alunos que ingressarem no curso de Medicina a partir de 2015 serão obrigados a trabalhar durante dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS) para receber o respectivo diploma. A medida será válida para faculdades públicas e privadas, sendo que a duração do curso de Medicina passará de seis para oito anos.
Trata-se de uma medida autoritária, pois o estudante tem o direito de decidir os rumos de sua carreira. Esse tipo de imposição só deveria valer para os alunos das faculdades públicas ou os que recorrem ao financiamento oficial para custear o curso.
Há dez anos no poder, o que motivou comemorações em todo o País, o PT teve tempo suficiente para melhorar a saúde pública, que na opinião do ex-presidente Lula estava a um passo da perfeição. De nada adiantará entupir com médicos a rede pública de saúde se as condições de trabalho são péssimas.
Com a mudança nos currículos, o governo mirabolante do PT espera contar com o ingresso de 20 mil médicos no atendimento básico. “Esse aumento será sentido a partir de 2022, quando os médicos estarão formados”, declarou Aloizio Mercadante, o irrevogável. Em outras palavras, nos próximos dez anos os cidadãos continuarão reféns do sucateado sistema público de saúde.
Os estudantes trabalharão no atendimento básico e nos serviços de urgência e emergência da rede pública de saúde, que continuará agonizando diante da falta de recursos. De nada adiantará entupir com médicos a rede pública de saúde se as condições de trabalho são péssimas. Essa solução bizarra mostra o grau de incompetência das pessoas que têm o poder de decidir o futuro do Brasil e dos brasileiros.