Renan Calheiros lidera queda de braço com Dilma e critica o número de ministérios do governo do PT

Fogo cruzado – O PMDB decidiu comprar briga com a presidente Dilma Rousseff, que enfrenta grave crise política sem conseguir responder às cobranças populares. Quem lidera o enfrentamento é o senador Renan Calheiros (AL), que tem apoiado as críticas à presidente, desde que o escândalo do uso indevido de aviões da FAB veio à tona e alvejou apenas o PMDB.

Depois de apoiar incondicionalmente o requerimento do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) que cobra do governo detalhamento de todas as viagens de autoridades em aviões oficiais desde 2002, Calheiros criticou nesta terça-feira (9) número de ministérios do governo petista.

A crítica ocorreu durante encontro com prefeitos, em Brasília, ocasião em que o senador alagoano aproveitou para condenar os critérios utilizados pela BNDES para conceder empréstimos a empresários.

“Eu fui relator de uma medida provisória que de uma vez só mandou R$ 30 bilhões para o BNDES. É essa prioridade que a partir de agora nós vamos ter que discutir: se é necessário mandar o dinheiro para a educação, se é necessário criar uma carreira para contratar médicos com recursos do governo federal, ou se é importante manter 39 ministérios”, declarou o senador, que em seguida foi aplaudido pelos presentes.

Essa queda de braços entre o PMDB, maior partido da base aliada, e o Palácio do Planalto não deve acabar bem. Quem conhece os bastidores da política na capital dos brasileiros sabe que a maior prejudicada será prejudicada será Dilma Rousseff, que tem pavio curto e não está acostumada com esse tipo de jogo.

Na manhã desta terça-feira, o PMDB deu o primeiro duro recado à presidente ao comandar o sepultamento da proposta de plebiscito para a reforma política, com as regras valendo já em 2014. A atitude de Renan Calheiros confirma a informação divulgada com antecedência pelo ucho.info, que afirmou que o enfrentamento estava em curso.