Na contramão – Os fracassados protestos encomendados pelo governo para o “Dia Nacional de Lutas”, que inicialmente deveriam levar às ruas a defesa do plebiscito sobre a reforma política, transformaram-se em um inesperado problema para as centrais sindicais. Com apenas 100 mil manifestantes em todo o País, o “Dia Nacional de Lutas” já é considerado como o primeiro passo para o fim da chamada ditadura sindicalista.
Nas imediações da Avenida Paulista, uma das principais vias da cidade de São Paulo, a “missa encomendada” para o qual o ucho.info alertou durante vários dias ficou comprovada de forma vergonhosa. Em uma rua de extensão reduzida e quase esquecida durante o protesto que reuniu 7 mil pessoas, manifestantes de aluguel formavam fila para receber o pagamento previamente combinado (R$ 70). O pagamento era feito por um integrante da União Geral dos Trabalhadores (UGT), presidida por Ricardo Patah, que é filiado ao PSD, partido de Gilberto Kassab.
O reduzido número de manifestantes em mais de 150 cidades brasileiras mostra que os sindicatos enfrentam uma grave crise de representatividade, que na verdade jamais existiu. Amparados por uma legislação benevolente, os sindicatos transformaram-se em milionárias máquinas de produzir greves.
Com o vexame da quinta-feira (11), os líderes sindicais terão sérias dificuldades para enfrentar a opinião pública. Como noticiamos, essa conta não ficará no colo dos sindicalistas, que como verdadeiras cobras criadas deixarão a fatura à porta do Palácio do Planalto, onde foi combinado com antecedência o cardápio do movimento. Só mesmo no Brasil, sob a égide do PT, que o governo encomenda uma greve que foge do script e vira-se contra o governo.