Corda no pescoço – O índice de famílias endividadas nas capitais brasileiras caiu de 62%, em 2011, para 59%, em 2012, mesmo patamar de 2010, destaca o estudo “Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras”, divulgado nesta segunda-feira (15) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP).
De acordo com a pesquisa, o valor das dívidas aumentou devido à elevação do volume de empréstimos concedidos no ano passado. O valor total das dívidas das famílias brasileiras registrou aumento real de R$ 346 milhões, passando de R$ 15,9 bilhões, em 2011, para R$ 16,2 bilhões, em 2012. Com isso, o valor médio real da dívida mensal das famílias também registrou avanço, saltando de R$ 1.812 para R$ 1.950, alta de 7,6%.
Curitiba é a capital com o maior porcentual de famílias endividadas (88%), seguida por Florianópolis (82%), Maceió (77%), Palmas e Cuiabá, ambas com 75%. A capital catarinense lidera o ranking do valor médio de dívida por família: R$ 2.505. Na sequência, aparecem Porto Alegre (R$ 2.504), Vitória (R$ 2.499), Belo Horizonte (R$ 2.476) e Recife (R$ 2.174).
O cenário deve sofrer mudanças, pois, de acordo com a Serasa Experian, cresceu 4,6% o número de pessoas que buscaram crédito em junho. No último levantamento, a procura por crédito registrou recuo de 4,8%. No acumulado do primeiro semestre do ano, o movimento registra alta de 6,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
Na análise por faixa de renda, a maior procura por crédito ocorreu entre consumidores que ganham de R$ 500 a R$ 1 mil, por mês, com alta de 5,4%. Em seguida aparece o grupo de pessoas com renda de até R$ 500, com elevação de 5,3%. Na faixa salarial entre R$ 1 mil e R$ 2 mil a procura por crédito subiu 4,3%, enquanto na faixa entre R$ 2 mil e R$ 5 mil, 3,4%.
Na avaliação por região, o Sul teve a maior alta, com um aumento de 7,3% na demanda por crédito em junho, seguido pelo Norte, com 6,8%. Também houve elevação no Sudeste – 5,2% – e no Nordeste – 2,4%. A única região que registrou queda no indicador foi o Centro-Oeste, uma retração de 0,6%. No acumulado do ano, o ranking é liderado pela região Norte, com 15,7% de incremento na busca por crédito.
Vale destacar que parte dos novos empréstimos foi utilizada para quitar dívidas que ameaçavam entrar na seara da inadimplência, movimento provocado pela compra sem planejamento e pela ação corrosiva da inflação nos salários.
Considerando que dois terços da população brasileira economicamente ativa recebem mensalmente menos de dois salários mínimos, os números da Fecomercio-SP e da Serasa são no mínimo preocupantes. Isso resulta da mirabolante operação do governo do PT que conseguiu inserir o favelado na chamada nova classe média.