Verdade sobre a mesa – A oposição intensifica nesta semana a coleta de assinaturas para instalar no Congresso uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para grandes grupos empresariais. Somente para o grupo EBX, do empresário Eike Batista, a instituição financeira concedeu mais de R$ 10 bilhões em financiamentos. A operação provocou, até o momento, um prejuízo de R$ 462 milhões para o banco, que adquiriu ações do grupo que se encontra em dificuldades financeiras.
Proposta pelo PPS, Democratas e PSDB, a Comissão tem o objetivo de investigar não só as operações com as empresas de Eike, mas todos os contratos firmados nos últimos anos pelo BNDES. Reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”, na edição desta segunda-feira (15), revela que o banco adiou prazos de pagamento às vésperas do vencimento de empréstimos e relaxou exigências técnicas para o EBX.
“Fica claro que o governo está usando o banco para beneficiar alguns grupos especialmente escolhidos pelos consultores de alto valor de mercado do PT. Queremos investigar não só o caso que envolve as empresas de Eike Batista, mas todos os contratos do BNDES. É muito dinheiro envolvido e há suspeitas de balanços maquiados”, alerta o líder do PPS, deputado federal Rubens Bueno (PR).
De acordo com o parlamentar, o caso do grupo EBX atinge diretamente a credibilidade do BNDES. “As denúncias de favorecimento colocam em risco a credibilidade do governo brasileiro perante o mundo”.
Para que a CPI seja instalada são necessárias assinaturas de 171 deputados e 27 senadores.