Fumaça planaltina – Chega a ser nauseante a soberba que embala o governo do PT, que está sendo diuturnamente corroído pela crise política. Sem se preocupar com o passado do partido e o próprio, a petista Ideli Salvatti, que comanda a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, anunciou nesta quinta-feira (18) a decisão do governo de acionar a Polícia Federal para verificar eventual sabotagem ao programa “Mais Médicos”, lançado por Dilma depois dos recentes protestos que tomaram conta de dezenas de cidades brasileiras.
Ideli disse durante o programa oficial “Bom Dia Ministro” que o governo desconfia do repentino preenchimento de vagas para médicos que deverão atuar em cidades distantes e na periferia de grandes cidades e metrópoles nacionais. A ministra afirmou que somente na última semana 11,7 mil médicos fizeram inscrição para participar do programa palaciano para melhorar a caótica saúde pública.
A ministra disse esperar que os inscritos não tenham atendido ao apelo do governo para no futuro desistirem. Por conta da teimosia do governo de “importar” médicos é possível que muitas inscrições tenham ocorrido como forma de protesto, mas não cabe investigação por parte da Polícia Federal. Em um regime democrático o cidadão tem o direito à livre escolhe, não lhe sendo imputada a obrigação de submeter aos desmandos de um governo marcado pela incompetência e corrupção.
Se o governo acionou a mesma Polícia Federal que investigou o escândalo das 28 lanchas-patrulha compradas pelo Ministério da Pesca, que não foram entregues, apesar de Ideli, então ministra da Pesca, ter autorizado o pagamento de R$ 21 milhões. Há também o polêmico caso do Dossiê Cuiabá, cujos aloprados de Lula a PF não conseguiu enquadrar.
Resumindo, os brasileiros podem se preparar para financiar uma operação policial que resultará em nada. Até porque, a Polícia Federal não conseguiu encontrar irregularidade no caso das lanchas, fabricadas pela Intech Boating, que atendendo a pedido do Ministério da Pesca doou R$ 150 mil ao comitê financeiro do PT de Santa Catarina, que custeou 81% dos custos da fracassada campanha de Ideli Salvatti rumo ao Palácio da Agronômica, sede do Executivo catarinense.
O grande erro do PT palaciano é apostar na curta memória dos brasileiros e na conivência burra de toda a imprensa nacional, como se não existissem jornalistas que conhecem a história política e são comprometidos com a verdade.