Truque oficial – O governo da presidente Dilma Vana Rousseff tem recebido duras críticas por ter camuflado alguns números ao anunciar novo corte no Orçamento, que na verdade está relacionado à revisão de despesas. Na última segunda-feira (22), o Palácio do Planalto, por intermédio dos ministros Guido Mantega (Fazenda) e Miriam Belchior (Planejamento), anunciou redução de R$ 10 bilhões nas despesas orçamentárias, contudo, mais da metade do bloqueio refere-se à revisão de despesas ou ao adiamento de gastos, ou seja, não é uma economia efetiva.
Dentro desses R$ 10 bilhões, a maior contribuição (R$ 4,4 bilhões) vem da revisão dos repasses que o Tesouro é obrigado a fazer ao INSS para compensar perdas com as desonerações da folha de pagamento promovidas pelo Ministério Fazenda. Na opinião do deputado César Colnago (PSDB-ES), o novo corte, que se soma a outro anterior de R$ 28 bilhões, foi alvo de manipulação. “Até nos cortes eles fazem maquiagem. Costumo dizer que anunciam o que nunca acontece”, alerta Colnago.
O anúncio do corte orçamentário se deu após pressões para promover um ajuste fiscal que ajude no combate à inflação e resgate a credibilidade da equipe econômica, mas os números não convencem. O corte efetivo esperado pelo mercado era de R$ 4,4 bilhões de economia em itens como diárias e passagens, material de consumo, locação de imóveis, serviços terceirizados e tarifas de luz. O Ministério do Planejamento ainda detalhará os novos limites de despesas para cada ministério.
“Vemos que o desequilíbrio das contas governamentais é sério. Enquanto a receita vinha batendo recordes, aumentaram estupidamente as despesas que não atendem a população. Nada relacionado à saúde, educação ou áreas sociais”, afirma o deputado do PSDB. “E na hora em que precisam fazer ajuste, anunciam como se fosse algo grande, mas na verdade não é bem assim”, completou o tucano.
O valor do corte anunciado ficou muito aquém da previsão inicial de R$ 20 bilhões. Colnago alerta que o importante é promover uma redução da máquina pública, atualmente inchada. “Aumentaram as atividades meio, como os gastos com cartões corporativos, número de ministérios desnecessários, despesas com passagens, diárias e cargos comissionados, e esse tipo de atitude é que leva ao desequilíbrio, pois eles não prezam pelo ajuste fiscal, que priorizávamos em nosso governo”.
O parlamentar ressalta que a forma como o governo conduz o País gera endividamento público, afeta a economia e o crescimento e gera inflação. “O que é muito ruim para o país e para a nossa população”, destaca.