Conversa fiada – Não fosse político, Sérgio Cabral Filho, governador do Rio de Janeiro, poderia se dedicar ao teatro. Afinal, sua capacidade para encenar é tão incontestável, que até a mentira parece verdade.
Depois que sua frágil ousadia lhe obrigou a recuar no caso da quebra ilegal de sigilos telefônicos e de dados, até porque atropelar a Constituição é sandice, Cabral Filho disse nesta quarta-feira (25) que desconhecia a existência de policiais infiltrados nas manifestações que há dias acontecem no Rio de Janeiro. De acordo com o governador, detalhes técnicos de operações policiais são de responsabilidade da Secretaria de Segurança Pública.
Encerrada a vista do papa Francisco ao Palácio Guanabara, sede do Executivo fluminense, Sérgio Cabral afirmou que é radicalmente contra a prisão de inocentes. E completou seu discurso nada convincente dizendo que todos os atos serão investigados, sejam de manifestantes ou de policiais. “O Rio é uma cidade tranquila, democrática e livre”, declarou o governador.
Alegar desconhecimento em relação à participação infiltrada de policiais nas manifestações mostra que o governador Sérgio Cabral acompanhou com atenção as lições do companheiro Lula, que jamais admitiu saber dos absurdos casos de corrupção que marcaram seu governo.
O governador do Rio de Janeiro é um embusteiro conhecido, pois até nas suas andanças em Paris havia gente infiltrada. Sendo assim, é vexatório dizer que não sabia da participação de policiais nos protestos. Se Cabral não estiver fazendo o papel de tolo, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, já deveria estar demitido.