Óleo de peroba – O Estado do Rio de Janeiro transformou-se em baderna oficializada no vácuo da incompetência e da fanfarrice de Sérgio Cabral Filho, mas o governador peemedebista, acuado pelas manifestações, alega que falhou ao se comunicar com a população.
Nesta quinta-feira (1), durante entrevista à rádio CBN, Cabral reconheceu a existência de erros em seu segundo mandato. Diz a sabedoria popular que o pior dos cegos é aquele que não quer ver. E o governador do Rio se encaixa nesse ditado, pois o seu governo é uma ode ao erro, porque não afirmar que é errado do início ao fim.
“Sem dúvida, aqui no Rio, eu também cometi erros. Erros de diálogo, erros de incapacidade de dialogar, que sempre foi a minha marca. Galeria cheia, vaiando, e me aplaudindo eu tive a vida inteira (…) Acho que da minha parte faltou mais diálogo, uma capacidade de entendimento e de compreensão, poderia citar várias situações em que essas questões se deram. Mas eu não sou uma pessoa soberba, que não está aberta ao diálogo. Para mim, a democracia é um bem intangível”, afirmou o inquilino do Palácio Guanabara.
Sérgio Cabral está tão desesperado com a repercussão das manifestações e a resposta do governo às reivindicações, que ele comete a irresponsabilidade de dizer que não é soberbo. O pior na sua declaração matreira ficou por conta do trecho “a democracia é um bem intangível”.
É preciso dar razão a Sérgio Cabral, que ainda está governador, pois, assim como a democracia, intangível é a sua família transformando os helicópteros oficiais em propriedade privada, sua a relação canhestra com o empresário Fernando Cavendish, o superfaturamento da reconstrução do Maracanã, para ser econômico ao citar os escândalos que ostentam a chancela de um aproveitador profissional que até hoje fez do mandato a senha para a impunidade.
Em qualquer país sério, com autoridades minimamente responsáveis, Sérgio Cabral já estaria atrás das grades, com direito ao bloqueio de bens para reparar os escárnios cometidos nos cofres públicos. Motivos são muitos, mas a obra do Estádio Jornalista Mário Filho (Maracanã) é suficiente para que Cabral contemple por longos anos o despontar do astro-rei de forma geometricamente distinta.
Sérgio Cabral não merece uma grama sequer da confiança do povo do Rio de Janeiro, uma vez que sua trajetória é a maior justificativa para essa negação. Sua conhecida e larga irresponsabilidade ficou patente na gargalhada disparada diante do papa Francisco, no momento em que o pontífice se despedia de autoridades brasileiras na Base Aérea do Galeão.
O pior de tudo nessa epopeia dantesca é que, depois do Anthony Garotinho, o Rio de passou a ser governado pelo Cabral Molequinho. Enfim…