Enquanto o preço da cesta básica cai e a qualidade dos produtos diminui, o salário luta contra a inflação

Ladeira duvidosa – O preço da cesta básica caiu em julho nas 18 capitais monitoradas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) para a Pesquisa Nacional da Cesta Básica.

Na lista dos produtos que tiveram redução de preço, o tomate e o óleo de soja são destaques. Vilão na inflação do mês de abril, o tomate teve redução de preço nas dezoito capitais pesquisadas pelo Dieese. O preço do óleo de soja registrou alta em quinze capitais.

As maiores baixas nos preços da cesta básica ocorreram em Brasília (-8,86%), Florianópolis (-7,61%), Porto Alegre (-7,06%) e Goiânia (-7%). As menores variações ocorreram em Salvador (-0,18%), Vitória (-1,55%) e Manaus (-1,82%).

A capital paulista lidera o ranking com a cesta básica mais cara do País, R$ 327,44, apesar do recuo de 3,82% em junho. Vitória aparece em segundo lugar com R$ 310,73, seguida por Manaus (R$ 310,52) e Porto Alegre (R$ 305,91). Os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 239,36), Salvador (R$ 259,73) e Campo Grande (R$ 264,87).

Queda nas vendas e na qualidade dos produtos

Como temos insistido desde o início de 2012, a população vem mudando sistematicamente o padrão de consumo por causa do alto grau de endividamento familiar. O dinheiro que anteriormente era destinado à alimentação sofreu cortes na tentativa de evitar a inadimplência originada pelo consumismo incentivado pelo messiânico Lula. Diante da queda no consumo, o setor alimentício passou a fazer promoções e a reduzir determinados custos como forma de não perder os clientes.

Entre as muitas mágicas encenadas pelo setor, a queda na qualidade dos produtos é um dos atalhos para a redução dos preços, sem que o consumidor perceba. Deixando de lado os produtos agrícolas in natura, os industrializados têm apresentado sensível queda na qualidade.

Constatar esse detalhe não requer qualquer esforço, mas apenas um pouco de atenção. Em produtos como papel higiênico, detergente, sucos e derivados de leite é fácil constatar a queda na qualidade.

Muito aquém das necessidades

De acordo com o Dieese, o menor salário a ser pago em julho, para atender as necessidades básicas de uma família, deveria ser de R$ 2,750,83, ou seja, 4,06 vezes o valor do mínimo atual, que vale a fortuna de R$ 678. A preocupação ganha o cenário quando esses R$ 678 representam muito para quem paga e pouco para quem recebe.

Quando engrossava e liderava as ruidosas fileiras da oposição, o Partido dos Trabalhadores sempre criticou os adversários que estavam no poder por causa do baixo valor do salário mínimo. No Congresso Nacional, os petistas chegaram debochavam do valor do salário mínimo proposto pelo governo.

No momento em que deixou de ser pedregulho e passou à condição de vidraça, o PT rasgou a história de pelo menos duas décadas e passou a classificar qualquer pífio aumento do salário mínimo como uma conquista do trabalhador. Esses comunistas que hoje defendem essa miséria batizada como salário mínimo gastam muito mais quando pagam os serviços de fogosas moças que dormem à tarde.

O trabalhador que ganha um salário mínimo tem enfrentando um calvário cada ver maior, porque a inflação real, que supera com folga a oficial, já ronda a casa de 20% ao ano. Com isso, o salário mínimo atual tem menos poder de compra que o anterior. Tal situação já era esperada, pois certa vez um filósofo comunista de botequim disse “nunca antes na história deste país”. Profecia do autoflagelo.