Pajelança gauche – Ainda ministra-chefe da Casa Civil, a petista Gleisi Hoffmann já começa a arrumar as gavetas para, em novembro, deixar o cargo, no qual nada produziu de relevante, mas antes disso terá de comparecer à Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia da Câmara dos Deputados.
Na quarta-feira (14), a Comissão aprovou requerimento do líder da Minoria na Câmara, deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT), que convoca a ministra Gleisi Hoffmann para prestar esclarecimentos sobre laudos fraudulentos de demarcações de terras indígenas.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) foi convidada para também dar explicações ao colegiado sobre o relatório que suspendeu as demarcações no Rio Grande do Sul, mas nenhum representante do órgão compareceu à audiência marcada para quarta-feira. A Fundação Nacional do Índio (Funai), responsável pelas definições em todo o território nacional, foi denunciada recentemente por emissão de laudos fraudulentos que determinavam as áreas a serem demarcadas ou ampliadas.
A Embrapa, por sua vez, produziu um relatório, baseado em estudos, no qual demonstra que a maioria das ocupações de índios é recente. Entregue à Casa Civil, o documento evidencia que a intenção do órgão é criar novas áreas indígenas e para tal falsificou laudos que atestam a ocupação antiga dos territórios. Para Nilson Leitão, que preside a Subcomissão Especial de Demarcações de Terras Indígenas, as demarcações equivocadas precisam ser imediatamente suspensas.
De acordo com o parlamentar tucano, Gleisi Hoffmann tem dificultado a vinda da Embrapa para falar sobre o assunto. “Há um descaso da ministra da Casa Civil e do próprio governo porque é a terceira vez que a Embrapa desmarca um convite para vir à comissão. Hoje [quarta-feira] seria um dia para a empresa demonstrar publicamente o seu trabalho confrontando com os laudos das áreas indígenas. E a informação que nós temos é que a ministra tem criado dificuldades para a Embrapa vir à comissão”, afirmou. “Nós só queremos ouvir a verdade. E se a Embrapa não pode vir, a ministra poderá com sua autoridade demonstrar e apresentar para a comissão o que há de diferente entre os laudos da Funai e os feitos pela Embrapa”, acrescentou Leitão.