Para cima – Se os atuais inquilinos do Palácio do Planalto imaginaram que na economia esta sexta-feira (16) seria menos conturbada, o dólar já deu sinais de que o governo terá trabalho ao longo do dia. Na abertura dos negócios no mercado financeiro, a moeda norte-americana deu os primeiros passos com valorização de 0,73%, cotada a R$ 2,356.
Esse movimento de alta, que é provocado também pela recuperação da economia dos Estados Unidos, exigirá do Banco Central nova intervenção no mercado de câmbio por meio de leilão de contratos de swap cambial (venda de dólares no mercado futuro).
A valorização do dólar compromete ainda mais a cruzada do BC contra a inflação, que, ao contrário do que afirmou recentemente a presidente Dilma Rousseff, na está sob controle. Até meses atrás, quando o Banco Central recuperou sua autonomia como autoridade monetária, o governo se valia da valorização do real para conter o mais temido fantasma da economia.
Com a inversão dos papeis e a alta do dólar, a inflação deve retomar a curva de alta, obrigando o BC a aumentar a taxa básica de juro, a Selic, comprometendo ainda mais o consumo interno, que vem registrando recuos. Fora isso, os preços de muitos produtos nacionais devem subir, uma vez que a indústria depende de insumos importados. Fora isso, uma eventual modernização do parque industrial será adiada por causa dos preços de máquinas e equipamentos.
Em tese a alta do dólar serve para alavancar as exportações, mas essa valorização da moeda ianque não será tão proveitosa aos exportadores, uma vez que o custo Brasil continua comprometendo a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional.
Resta saber até quando a presidente Dilma Rousseff manterá o utópico e mentiroso discurso sobre a recuperação da economia. Se a ideia da petista é levar o assunto em banho-maria até a eleição presidencial do próximo ano, o melhor é Dilma mudar os planos, pois se o dólar chegar a R$ 2,60 a situação do País ficará extremamente difícil. E para que isso aconteça não é preciso muito tempo.