Camisa de força – Há no governo, como sempre, contradições acerca da economia. De um lado aparece o ainda ministro da Fazenda, Guido Mantega, que, ignorando a crise, afirma que a escalada do dólar é passageira. Por outro, um recluso Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, que até o final do ano despejará no mercado de câmbio US$ 60 bilhões para tentar frear o movimento de alta da moeda norte-americana. De segunda a quinta-feira o BC venderá diariamente US$ 500 milhões, ao passo que e às sextas-feiras o derrame será de US$ 1 bilhão cada.
Ora, se a disparada da divisa dos Estados Unidos é passageira, como afirma Mantega, basta aos dirigentes do BC acomodarem-se no banco da praça mais próxima e esperar o tempo passar. As declarações do ministro da Fazenda são tão estapafúrdias, que só mesmo um veículo chapa branca para divulgá-las.
Um país que, em meio a uma grave crise econômica, abre o cofre oficial e atira pela janela US$ 60 bilhões para combater algo passageiro precisa, com a máxima urgência, mandar seus governantes para o hospício, pois esse tipo de atitude ultrapassa os limiares da sensatez.
Dono de incompetência comprovada, Guido Mantega, que constantemente recheia as piadas que circulam no mercado financeiro, é um dos principais responsáveis por ter arruinado a economia brasileira em apenas uma década. Sempre atrasado na adoção de medidas para conter a crise, Mantega endossou as sandices de Lula, que vendeu ao mundo uma bolha de virtuosismo que já estourou e faz estragos em todos os setores.
A grande questão é que no governo do PT faltam corajosos para reconhecer que o legado do messiânico Luiz Inácio da Silva, o doutor honoris causa que atua como lobista de empreiteira, vai muito além de herança maldita. Consertar o estrago produzido pelos petistas nos últimos dez anos exigirá dos brasileiros pelo menos cinco décadas de esforço continuado.
Longe de querer solucionar a crise que vem corroendo diuturnamente o País, o PT está preocupado em garantir a reeleição de Dilma Rousseff, a “gerentona inoperante”, e avançar no projeto totalitarista de poder que transformará o Brasil na versão agigantada da decadente Venezuela.