“Siemensgate” X “Mais Médicos”: despreparada, oposição não sabe reagir à altura dos ataques do PT

Marcha lenta – O grande problema da política nacional é a ausência de uma oposição que consiga enfrentar à altura o Partido dos Trabalhadores e seus aliados, que transformaram o Brasil em reduto do banditismo com mandato. Como se fosse pouco essa falta de um contraponto, a oposição, que ainda não percebeu que é preciso descer do salto alto, não sabe reagir aos ataques dos atuais donos do poder.

Nesta semana, um grupo de manifestantes, inclusive de integrantes do chamado Black Blocs (um apêndice de aluguel do PT), protestou contra o governador Geraldo Alckmin e cobrou solução imediata para o “Siemensgate”, que tem na proa cartel liderado pela empresa alemã e criado para fornecer material metroferroviário para o governo paulista. O caso ganhou força depois que o Cade, órgão vinculado ao Ministério da Justiça, passou a vazar documentos relacionados à investigação para determinados setores da imprensa.

O contrato assinado entre a Siemens e o governo de São Paulo, durante a gestão anterior do tucano Alckmin, e que está sob investigação do Cade tem o valor de R$ 143 milhões, aproximadamente, mas até agora o PT não conseguiu provar que um eventual superfaturamento serviu para custear o pagamento de propinas a autoridades paulistas. Mesmo assim, os petistas continuam disparando inverdades sobre o tema, como se fosse a máxima verdade a palavra dos integrantes de um partido que transformou-se em quadrilha, como prova a recente história política nacional.

A incapacidade de reação da oposição fica clara e evidente no programa “Mais Médicos”, que vinha sendo costurado MPs subterrâneos do Palácio do Planalto desde março passado, mas que só foi anunciado logo após as manifestações populares que tomaram conta das ruas do País nos meses de junho e julho. O “Mais Médicos” é um escândalo em termos de legislação trabalhista, ao mesmo tempo em que é um colossal absurdo no tocante ao pagamento dos médicos cubanos.

O governo de Dilma Vana Rousseff enviará anualmente a Cuba, por meio da Organização Pan-Americana de Saúde, R$ 500 milhões sob a rubrica do programa “Mais Médicos”, sendo que apenas 10% desse valor, no máximo, chegarão ao bolso dos profissionais de saúde cubanos que concordaram (sic) em participar do programa. Em termos financeiros essa operação é uma hecatombe sob a ótica do escândalo, pois não se sabe o real destino que será dado ao suado dinheiro do contribuinte brasileiro.

No contraponto, mesmo com eventual formação de cartel, assunto que deve ser investigado a fundo e com isenção, os R$ 143 milhões gastos pelo governo de São Paulo podem ser vistos e tocados no Metrô e na CPTM.

Que o governo do PT não venha com a conversa fiada de que essa fortuna servirá para melhorar a saúde pública em alguns municípios, pois não será com quase 4 mil médicos cubanos que o setor sairá de um caos antigo e conhecido. Esta operação é uma evasão de divisas oficializada por um programa mambembe e eleitoreiro, que serve apenas e tão somente para ludibriar a opinião pública.

Sendo assim, causa espécie a complacência com que os partidos de oposição assistem a essa movimentação que tem todos os ingredientes para ser um crime de lesa pátria. Enquanto a esquerda tupiniquim se movimenta na rede mundial de computadores, com sua obediente e suicida tropa de choque, a oposição continua em berço esplêndido, como se o Brasil fosse o país de Alice, aquele das maravilhas.