Pé no freio – Uma das mais importantes vozes da oposição no Congresso Nacional, o deputado federal Rubens Bueno (PR), líder do PPS na Câmara, fez na tarde desta terça-feira (24) um discurso contundente na tribuna da Casa, o ocasião em que destacou a armadilha que representa o projeto de reforma eleitoral aprovado recentemente no Senado Federal. A matéria é um amontoado de atalhos legislativos inócuos que escondem a verdadeira intenção dos seus idealizadores, que agem na contramão das roucas vozes que ecoaram nas ruas do País durante as manifestações de junho passado.
Ao criticar a matéria, que contém excesso de “cosmética” para camuflar um golpe desdenhado para sufocar a democracia, o líder do PPS foi contundente: “Uma reforma, que em um de seus pontos, aumenta ainda mais a promiscuidade entre os que estão no poder e aqueles que financiam as campanhas, ao permitir, por exemplo, que empresas ligadas a concessionárias de serviços públicos façam doações milionárias de campanha”.
Paralisado por causa da já conhecida incompetência do governo petista de Dilma Rousseff, o Brasil está prestes a deflagrar processos licitatórios no âmbito de serviços públicos que, de acordo com estimativas oficiais, deve chegar à incrível marca de R$ 500 bilhões. Com o projeto de reforma eleitoral aprovado pelos senadores, essas empresas poderão, por exemplo, despejar dinheiro em campanhas políticas dos atuais donos do poder.
Essa relação promíscua que desponta no horizonte, entre os governantes e as concessionárias de serviços públicos, precisa ser contida a qualquer preço, pois do contrário os brasileiros acabarão endossando mais um descalabro patrocinado pelos parlamentares, que nem mesmo em sonho se preocupam com as necessidades daqueles que os elegeram.
O que se busca com esse projeto perigoso, que coloca a democracia a um passo do despenhadeiro, é viabilizar doações de campanha que garantam a permanência no poder de um grupo que em passos lentos e contínuos tem levado o País na direção de um regime totalitarista. Pode parecer excesso de preocupação por parte dos jornalistas do ucho.info, mas é preciso lembrar que a atual realidade brasileira já dá claros sinais que os ocupantes do poder trabalham para a instalação de uma “ditadura ideal”, como se esse tipo de regime pudesse ser assim classificado.