Pau mandado – A maneira como alguns veículos de comunicação interpretam pesquisas de opinião sobre políticos e pré-eleição é um atentado contra o bom senso, mas pode ser facilmente explicado pelas campanhas publicitárias oficiais, sempre milionárias e ditatoriais.
Na quinta-feira (26), o Ibope divulgou os resultados de pesquisa eleitoral que mostra que nas intenções de voto, atualmente, a presidente Dilma Rousseff está 22 pontos percentuais à frente de Marina Silva, a segunda colocada, que tem 16 %.
Os que analisaram a pesquisa, incensando ao máximo os 38% de Dilma, esqueceram de informar à opinião pública o resultado de uma leitura mais ampla dos dados. Limitaram-se apenas a destacar que a presidente, que é candidata à reeleição, saltou de 30%, em julho, para 38% de intenção de voto em setembro. Contudo, é importante salientar que de março, quando tinha 58%, Dilma despencou para 38% em setembro. Ou seja, em seis meses perdeu vinte pontos percentuais, o que é muito para quem tem a máquina federal nas mãos. A recuperação entre julho é setembro é resultados das promessas absurdas que têm sido apresentadas a uma sociedade que sequer desconfia da extensão da mentira.
O mesmo acontece com a pesquisa CNI/Ibope sobre a avaliação do governo da presidente Dilma. Divulgada nesta sexta-feira (27), o levantamento encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que a avaliação positiva do governo saltou de 31%, em julho, para 37,% em setembro. Porém, a imprensa não deixa claro nas manchetes das matérias sobre o tema que de março passado até a data da pesquisa realizada com 2.002 pessoas em 142 cidades brasileiras a avaliação do governo Dilma despencou de 63% para 37%, perda de 26 pontos percentuais. Perda considerável em termos de aprovação para um governo que tem orçamento anual de R$ 2,2 trilhões (2013).
A recuperação se deve a algumas promessas apresentadas aos cidadãos depois das manifestações e ao caso das denúncias de espionagem por parte dos Estados Unidos, assunto que Dilma vem mantendo como pode na pauta como forma de capitalizar politicamente. Não fosse o caso da bisbilhotice ianque, que ainda carece de provas, a aprovação governo teria empacado em 31%, o que é excepcional para um grupo de soberbos incompetentes que incentivam a corrupção.