Fogo amigo – “Eu vou percorrer o Brasil como se eu fosse candidato”, declarou o ex-presidente e agora lobista-fugitivo Luiz Inácio da Silva, ao falar sobre sua participação na campanha pela reeleição de Dilma Rousseff. Em entrevista, Lula disse que “está no jogo”, o que para os leigos parece o engajamento do ex-metalúrgico na operação para reeleger a sucessora, mas para os que acompanham o cotidiano da política nacional isso representa uma séria ameaça à presidente.
A questão só é discutida nos bastidores petistas, onde os caciques da legenda não apostam todas as fichas na reeleição de Dilma, principalmente pelas questões econômicas, uma vez que a crise tem demonstrado resistência diante da equivocada política adotada por um governo marcado pela paralisia.
O anúncio de que Lula trabalhará na campanha de Dilma como se fosse ele o candidato mostra a intensidade da queda de braço que existe nas coxias do poder, já que Dilma exibe, desde que chegou ao principal gabinete do Palácio do Planalto, uma clara e inequívoca dependência do ex-patrão.
Na realidade, o PT colocará nas ruas duas campanhas que em diversos momentos se confundirão. Trata-se de precaução do partido para que nada de errado saia no projeto totalitarista de poder que foi colocado em prática em janeiro de 2013, logo após Lula subir a rampa do Palácio do Planalto. O que muitos não levam em consideração é que o ex-presidente deixou no governo atual alguns olheiros, começando pelo secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que lidera uma operação para o retorno de Lula em 2018.
Não custa lembrar que para estar na política é preciso doses de maldade, sem contar que se trata de seara que não tem espaço para coincidências. Por conta desse cenário, Dilma terá de encontrar uma fórmula mágica para a economia brasileira ou reforçar a sua catapulta de planos mirabolantes, pois falta pouco mais de um ano para a corrida presidencial.