Vítima de golpe de adversários, Marina Silva perde batalha no TSE para criar Rede Sustentabilidade

(André Dusek - Estadão)
Favas contadas – O Tribunal Superior Eleitoral rejeitou o pedido de registro da Rede Sustentabilidade, partido da ex-senadora Marina Silva, por não atender à exigência de apresentar 492 mil assinaturas de apoio à criação da legenda. A relatora do processo, ministra Laurita Vaz, destacou em seu voto que a Rede cumpriu todos os requisitos para o registro de partido, exceto a entrega do número mínimo de apoios validados pelos cartórios.

Voto vencido e isolado, o ministro Gilmar Mendes foi contundente ao citar diversos fatos ocorridos recentemente com o estrito objetivo de impedir a criação do partido de Marina Silva, a maior ameaça à reeleição da presidente Dilma Rousseff. O ministro chegou a mencionar um fato que confirma matéria do ucho.info sobre as manobras sujas e covardes deflagradas nos bastidores para inviabilizar a criação da Rede Sustentabilidade. Gilmar Mendes disse que o índice de assinaturas rejeitadas pelos cartórios foi assustadoramente maior (40%) do que a média nacional em cidades do Grande ABC, reduto político de Lula e do PT.

Acompanharam o voto da relatora os ministros João Otávio de Noronha, Henrique Neves, Luciana Lóssio, Marco Aurélio Mello e Cármen Lúcia Antunes Rocha, presidente do Tribunal Superior Eleitoral.

Marina Silva tentava criar a Rede para disputar a presidência da República em 2014 pelo partido, mas a decisão já era esperada pelos organizadores da legenda. Na tarde desta quinta-feira (3), a ministra Cármen Lúcia disse que não anteciparia voto, mas sugeriu que Marina Silva procurasse outro partido para disputar as eleições do próximo ano. O prazo para a filiação partidária termina no sábado, 5 de outubro, para que seja cumprido o princípio da anualidade.

Fato é que o Brasil já vive um Estado de exceção, que se não é de direito é de fato, pois ultrapassa os limiares da criminalidade a atuação de alguns bandoleiros nas coxias da política nacional. O ucho.info não defende qualquer partido, mas é preciso que os cidadãos reajam a essa ditadura silenciosa que cresce de forma assustadora como um tumor descontrolado, colocando em risco a sobrevivência da democracia.