Xadrez eleitoral – O desembarque de Marina Silva no PSB de Eduardo Campos, governador de Pernambuco, foi uma cartada interessante que embola o processo eleitoral de 2014. No âmbito da corrida ao Palácio do Planalto, a chegada de Marina proporciona adensamento à candidatura de Eduardo Campos, que dessa maneira fica blindado contra qualquer tentativa de Lula de fazê-lo desistir da disputa presidencial do próximo.
Muito se falou nas últimas horas sobre o impacto da decisão de Marina Silva na candidatura tucana de Aécio Neves, mas de fato quem perdeu foi a presidente Dilma Rousseff, pois a oposição ficou mais forte e deve reforçar sobremaneira as críticas na direção do Palácio do Planalto. É importante considerar em qualquer análise que eventuais críticas de Eduardo e Marina terão muito mais peso do qualquer outra, porque ambos fizeram parte do governo do PT.
A grande questão é quem será a cabeça de chapa na disputa pela Presidência da República, uma vez que o PSB já tinha uma candidatura em marcha, mesmo que não confirmada oficialmente, enquanto que Marina pode não se contentar com a vaga de candidata a vice.
Contudo, a única certeza que se tem até então é que, mantendo-se os candidatos atuais, a disputa certamente irá para o segundo turno, pois nas recentes pesquisas de intenção de voto Eduardo Campos alcançou 5%, enquanto Marina bateu em 20%. O que mostra que a reeleição de Dilma ficou ainda mais difícil.
A única possibilidade de mudança nesse quadro seria com o PT disputando a corrida presidencial com Lula. Com esse cenário, o PSDB poderia colocar José Serra na disputa, que embolaria ainda mais a sucessão de Dilma. Mas de agora em diante resta ao PT bater no PSDB, o que como muito esforço e na melhor das hipóteses poderia evitar o segundo turno.