Abuso consentido – O deputado federal Rubens Bueno (PR), líder do PPS na Câmara, classificou nesta segunda-feira (7) de “imoral” o uso de helicóptero da Polícia Rodoviária Federal pela ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, pré-candidata do PT catarinense ao Senado Federal, para turbinar sua campanha política em Santa Catarina. A aeronave tem convênio com o Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) para transportar pacientes graves e de tragédias naturais.
“Isso que a ministra está fazendo é uso eleitoreiro de um bem público para pavimentar sua campanha. Essa prática imoral tem sido usada nesses anos todos por este governo”, afirmou Bueno.
De acordo com reportagem do Correio Braziliense, sempre que Ideli precisa da aeronave, são retirados os equipamentos de primeiros socorros para que ela faça o seu “périplo” pelo estado para entregar casas, assinar ordens de serviço, inaugurar obras e outras ações que nada têm a ver com sua função de articuladora da política institucional do Palácio do Planalto.
Ainda de acordo com o jornal, nestes dois anos Salvatti participou de 35 eventos no estado, sendo que os deslocamentos foram feitos no helicóptero da Polícia Rodoviária Federal. Em um desses acontecimentos político-eleitorais, a aeronave ficou à disposição da ministra de Relações Institucionais das 9h às 18h.
Rubens Bueno criticou ainda nota da Secretaria de Relações Institucionais justificando que a ministra fez uso avião sempre “para cumprir agendas oficiais”.
“O curioso é que essas viagens só acontecem em Santa Catarina. A ministra usa para fazer campanha o helicóptero que a Polícia Rodoviária tem para transportar vítimas e chama isso de cumprimento de agenda oficial”, ironizou o parlamentar.
O Decreto Presidencial nº 4.244 de 2012, que trata do uso de aeronaves do Grupo de Transporte Especial da FAB (Força Área Brasileira) para viagens de autoridades do governo federal, não inclui helicópteros da Polícia Rodoviária.
Soberba e arrogante, Ideli Salvatti continua devendo aos brasileiros uma explicação sobre escândalo das 28 lanchas-patrulha compradas pelo Ministério da Pesca e que não foram entregues, apesar de Ideli, então ministra da pasta, ter autorizado o pagamento de R$ 21 milhões.