Maranhão: deputado agradece o apoio dos eleitores e diz que não teme a intimidação dos “coronéis”

Recado dado – O Brasil está em declarada campanha eleitoral. Quem está no poder quer manter o status quo, valendo para tanto as mais sórdidas manobras para conter o avanço de adversários. Isso se deve ao fato de que muitos não apenas querem manter a mamata, mas têm medo de que as entranhas oficiais aflorem, mostrando ao povo brasileiro o que vilipendiado é em seus direitos.

Nessa campanha antecipada alguns profissionais da política largaram na frente com o jogo sujo de sempre. Para se ter ideia do absurdo do que isso representa, Lula e Dilma Rousseff pararam o País na última quinta-feira (10), durante cinco horas, para em reunião palaciana estabelecer as estratégias de ataque a Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, que uniu-se à ex-senadora Marina Silva.

Quando um projeto político ameaça quem está no poder, o vale-tudo entra em cena sem qualquer cerimônia. Faça-se abertamente sobre jogo sujo, como se a moral e a legalidade pouco importassem nesse cenário.

Contudo, não é apenas no âmbito do governo federal que a sordidez já campeia nas plagas verde-louras. No Maranhão, o mais pobre estado brasileiro, status que a população local deve ao caudilho José Sarney (PMDB), o jogo rasteiro começou muito antes do que o esperado. Sem deixar as digitais em evidência, o clã comandado pelo senador peemedebista usa a máquina estadual e a influência dos seus integrantes para intimidar opositores.

Nesse processo de intimidação, palavras como respeito e ética simplesmente inexistem, porque esses tiranetes que implantaram no Maranhão uma versão abrasileirada do Apartheid não toleram qualquer projeto político-eleitoral que possa ameaçá-los.

Leonel Brizola disse certa vez que “Lula pisaria no pescoço da mãe para ganhar uma eleição”. Estivesse vivo e conhecesse a realidade política do Maranhão, Brizola por certo descobriria que na terra do arroz de cuxá o jogo é bruto e sujo, pois os donos da política local não se contentam apenas com o pescoço do adversário.

Confirmando a tese aqui difundida de que o Maranhão é uma capitania hereditária e nada pode tirar os coronéis do poder, o deputado federal Waldir Maranhão (PP) já sente na pele a truculência dos adversários, apenas porque decidiu revelar aos brasileiros a dura realidade que há cinco décadas domina o estado.

Esse modus operandi é muito semelhante aos utilizados por grupos mafiosos, em especial os que atuam no sul da Itália. Sem escrúpulos e firmes no propósito de aniquilar os adversários, os profissionais do crime que saíram do submundo italiano para as telas do cinema parece que têm discípulos no Maranhão. Tanto é verdade, que José Sarney foi a figura principal do livro “Honoráveis Bandidos”, que ele próprio tratou de impedir a venda nas livrarias maranhenses.

No programa político levado ao ar na sexta-feira (11), que você confere abaixo, Waldir Maranhão agradeceu as manifestações recebidas desde que foi guindado a alvo da vez na mira dos coronéis da política local, ao mesmo tempo em que lembrou aos seus eleitores que nada irá detê-lo em sua empreitada de resgatar a dignidade de seus conterrâneos e de tirar o estado da pobreza.

Os leitores podem questionar as razões de abrirmos constantemente espaço a Waldir Maranhão, mas isso se deve ao fato de que enfrentar a “famiglia” Sarney em seu território não é coisa pouca. Só quem conhece a fundo o Maranhão, como é o caso do editor do ucho.info, sabe o risco que esse desafio representa. É preciso coragem e determinação!